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Antônio Pitanga é homenageado em festival pelos cinquenta anos de 'O Pagador de Promessas'

Homenageado no 9º Amazonas Film Festival, em Manaus, Antônio Pitanga fez um panorama do cinema nacional e relembrou os bons tempos do Cinema Novo

Redação Publicado em 06/11/2012, às 01h46 - Atualizado às 04h09

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Antônio Pitanga é homenageado no 9º Amazonas Film Festival - Orlando Oliveira/AgNews
Antônio Pitanga é homenageado no 9º Amazonas Film Festival - Orlando Oliveira/AgNews

Com currículo invejável e participação ativa na formação de um dos movimentos mais importantes do cinema nacional, o Cinema Novo, o veterano Antônio Pitanga (73) recebeu uma homenagem na noite desta segunda-feira, 5, durante o 9º Amazonas Film Festival, que acontece entre os dias 3 e 9 de novembro. E a ocasião não poderia ser mais especial: em 2012, o filme O Pagador de Promessas, no qual interpretou o personagem Mestre Coca, completa cinqüenta anos desde a merecida vitória da Palma de Ouro conquistada em 1962.

Satisfeito com o desenvolvimento do cinema nacional ao longo dos anos e otimista com seu atual cenário, o patriarca da família Pitanga recebeu a homenagem em nome de todo o elenco do filme e celebrou o reconhecimento de uma passagem tão importante na cultura do país. “Sou da opinião de que se querem me prestar uma homenagem, que me prestem em vida, então só tenho que agradecer”, brincou o ator, momentos após a cerimônia no belíssimo Teatro Amazonas, localizado no centro da cidade de Manaus.

A importância desse filme se dá a partir da gama de cineastas brasileiros que estava começando a costurar o cenário que temos hoje, e 'O Pagador de Promessas' veio no bojo dessa juventude. O filme não acontece por acaso, ele acontece pela formação desse alicerce de jovens do movimento estudantil que estava inaugurando o Brasil. Foi a grande oportunidade de exposição e legitimação do cinema brasileiro”, avaliou Antônio Pitanga.

Com mais de meio século de trajetória no cinema nacional, o ator é otimista quanto ao papel que a produção brasileira vem desempenhando no cenário mundial. “O cinema brasileiro atual fez seu dever de casa. E mais: avançaram na leitura e na descentralização do nosso cinema, que vem de várias culturas. Acho que fazemos o melhor cinema do mundo”, disse o ator, que considera o caráter democrático e heterogêneo as maiores virtudes do cinema no Brasil.

Baseado na peça homônima de Dias Gomes (1922-1999), O Pagador de Promessas retrata a trajetória do humilde Zé do Burro que, após ver seu melhor amigo, o burro, adoecer, promete a uma mãe de santo fazer uma peregrinação com um cruz nas costas até uma igreja muito afastada caso o animal melhore.