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Bem-estar e Saúde / Saiba mais!

Psiquiatra explica impacto do vício de Vera Fischer na saúde: 'Nova identidade'

Especialista analisa o vício de Vera Fischer e explica como a atriz superou os desafios com apoio familiar e tratamento multidisciplinar

Dra. Maria Fernanda Caliani e Gabriela Cunha
por Dra. Maria Fernanda Caliani e Gabriela Cunha

Publicado em 29/04/2025, às 12h30

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Vera Fischer viveu vício em drogas - Reprodução/Instagram
Vera Fischer viveu vício em drogas - Reprodução/Instagram

Conhecida por sua beleza e talento, Vera Fischer também enfrentou tempos sombrios marcados pela dependência química. A atriz, hoje com 73 anos, precisou ser internada durante as décadas de 1980 e 1990 para tratar seu vício em drogas. Mas como essa experiência pode afetar alguém a longo prazo?

Para entender os efeitos de situações como essa, a CARAS Brasil conversou com a psiquiatra Maria Fernanda Caliani, que analisou o caso da atriz e destacou pontos essenciais para a recuperação de quem enfrenta problemas com drogas.

Como o vício afeta a vida de uma pessoa?

Segundo a especialista, o tratamento vai além da simples interrupção do uso da substância. É necessário reconstruir toda a estrutura emocional e social da pessoa:

"O tratamento formal não apenas atua na interrupção do uso da substância, mas também na prevenção de recaídas, é fundamental reestruturar uma nova rotina e entender que novos hábitos serão necessários e por isso a reeducação emocional e construção de novas estratégias de enfrentamento para uma vida saudável e sustentável sempre serão essenciais de serem trabalhadas no tratamento", explicou Caliani.

No caso de Vera Fischer, o apoio da filha foi um divisor de águas. Esse tipo de suporte é determinante: "A presença de uma rede de apoio familiar sólida é um dos fatores mais relevantes para o sucesso em tratamentos de dependência química. Quando a filha de Vera Fischer se mobilizou para viabilizar seu tratamento, esse gesto representou não apenas amor e cuidado, mas também a criação de um ambiente favorável à recuperação", afirmou a psiquiatra.

"O suporte familiar atua como âncora emocional, oferecendo acolhimento e limites saudáveis, além de reduzir sentimentos de abandono e estigmatização que frequentemente acompanham o vício. A família, quando bem orientada, ajuda a reforçar o comprometimento do paciente com o processo terapêutico, favorece a adesão ao tratamento e contribui para a manutenção dos avanços conquistados", completou.

Terapia, rotina e novos propósitos: quais os pilares da recuperação?

A médica ainda reforça que um tratamento eficaz envolve múltiplas abordagens: "Tratamentos eficazes para dependência química e depressão precisam ser multidimensionais, combinando intervenções farmacológicas, psicoterapia e mudanças no estilo de vida. No caso da atriz, buscar um tratamento intensivo foi essencial para integrar diferentes abordagens, como terapia cognitivo-comportamental (TCC), que ajuda na reestruturação de pensamentos disfuncionais, e programas de prevenção de recaídas, que ensinam a identificar e lidar com gatilhos emocionais e ambientais".

Ela complementa: "Além disso, práticas de autocuidado, meditação, exercício físico e fortalecimento de novos propósitos de vida são elementos fundamentais para restaurar a saúde mental de forma duradoura. A reintegração social e a construção de uma nova identidade, livre da dependência, são passos que consolidam a recuperação e proporcionam qualidade de vida a longo prazo".

Por fim, a psiquiatra destaca que, em alguns casos, a medicação também pode ser uma aliada no tratamento: "E caso seja necessário, o uso de medicamentos também pode auxiliar no controle de sintomas de abstinência e transtornos associados".

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