CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Psicóloga avalia relação de Murilo Benício e Giovanna Antonelli: ‘Difícil virar pacífico’

Em conversa com a CARAS Brasil, psicóloga explica por que é difícil manter amizade com ex, como fizeram Murilo Benício e Giovanna Antonelli

Dra. Leticia de Oliveira
por Dra. Leticia de Oliveira

Publicado em 14/06/2025, às 14h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Hoje amigos, Murilo Benício e Giovanna Antonelli não tinham uma boa relação no passado - Reprodução/Instagram
Hoje amigos, Murilo Benício e Giovanna Antonelli não tinham uma boa relação no passado - Reprodução/Instagram

Em entrevista recente, o ator Murilo Benício revelou que a separação de Giovanna Antonelli, mãe de seu filho Pietro, foi marcada por litígios e desentendimentos. Embora hoje mantenham uma convivência amigável, o início do rompimento não foi nada fácil. A decisão de ressignificar a relação veio após ele ouvir, de uma psicóloga, que o filho poderia duvidar de ter sido fruto de um amor caso os pais mantivessem uma relação conflituosa. Mas é possível mesmo transformar um casamento desfeito em amizade genuína?

Para responder a essa questão, a CARAS Brasil conversou com a psicóloga Leticia de Oliveira, especialista em relações familiares e desenvolvimento infantil, que fez uma análise profunda sobre os efeitos das separações conturbadas e os impactos emocionais nas crianças.

Separação x impacto emocional

Segundo Leticia, os danos causados por uma separação vão muito além do que se imagina, especialmente quando há filhos envolvidos.

"O trauma para os filhos é muito maior do que as pessoas imaginam. Muitas vezes, isso é minimizado porque não se consegue correlacionar as reações das crianças com a questão da separação, a sensação de abandono, a dor de não ver os pais juntos", afirmou. Para ela, essas experiências podem desencadear quadros como ansiedade de separação, apego excessivo e até dependência emocional.

Ela ainda ressalta que essa minimização costuma estar relacionada à dificuldade de autoconhecimento dos pais e à baixa percepção sobre como a ruptura afeta emocionalmente os filhos.

"O que pode amenizar esses efeitos é a tentativa de evitar falar mal do outro genitor — tanto o pai em relação à mãe quanto a mãe em relação ao pai. E não apenas de forma explícita, mas também nas mensagens implícitas", explicou.

A introdução de novos parceiros pode agravar o cenário?

Outro ponto sensível citado pela psicóloga é o momento em que um novo parceiro entra na vida de um dos pais. A pressa em seguir com uma nova relação pode não ser bem digerida pelos filhos.

"É necessário ter muito cuidado, especialmente nos primeiros momentos após a separação, ao introduzir um novo parceiro ou parceira na vida dos filhos. Enquanto para o casal aquela relação já estava esgotada, para os filhos ela ainda era idealizada", apontou.

Leticia alerta que o tempo emocional das crianças é muito diferente do dos adultos. Elas precisam de espaço para elaborar o fim da estrutura familiar idealizada e, só então, talvez consigam aceitar novas figuras parentais.

Amizade entre ex-casais é mesmo possível?

A amizade entre ex-companheiros, como a que Murilo Benício e Giovanna Antonelli dizem cultivar hoje, ainda é vista com certo ceticismo por Leticia. Para ela, esse tipo de vínculo costuma ser difícil no início.

"De início, acredito que seja muito difícil uma amizade verdadeira entre o ex-casal. Na maioria das vezes, o fim de um relacionamento não parte das duas pessoas ao mesmo tempo. Surgem disputas por espaços que antes eram compartilhados, e considero difícil que algo que virou objeto de disputa consiga se tornar pacífico, ao menos no primeiro momento", analisoui.

A psicóloga reconhece que algumas pessoas podem tentar transparecer uma amizade saudável, mas reforça que o mais comum são conflitos: "Pode até ser que mais adiante eles desenvolvam uma relação saudável, mas, no momento da separação, quando os interesses de cada um falam mais alto, é comum que nasça ou se intensifique uma rivalidade", pontuou.

A dor invisível das crianças

Um dos pontos mais delicados da análise de Leticia é o que ela chama de “dor invisível” sentida pelas crianças, especialmente quando presenciam brigas entre os pais.

"Quando a criança presencia brigas, embates, disputas, desrespeito ou desconsideração entre os pais, ela começa a se questionar. Questiona a valorização que recebe tanto da mãe quanto do pai, questiona sua segurança emocional e, como o Murilo mencionou, questiona até o quanto é amada. Se os pais se mostram tão ruins um com o outro, a criança pode pensar: 'Será que eu fui fruto de amor?'", disse.

Essa dúvida, segundo ela, pode acompannhar a criança por toda a vida, refletindo-se em sensações de abandono, baixa autoestima e insegurança emocional.

"Portanto, não é algo simples. Não se trata apenas de encerrar uma sociedade. É o fim de uma perspectiva idealizada de pai e mãe juntos e também da autoimagem de importância na vida daqueles dois adultos", refletiu.

Para a especialista, o luto pela separação dos pais é real e precisa ser acolhido com empatia. "As pessoas minimizam os danos causados aos filhos. Se tivessem mais empatia e atenção, perceberiam que se trata de uma fase de luto — que pode ser superada, sim, mas que precisa ser acolhida com muito cuidado", finalizou.

Leia também: Giovanna Antonelli posta fotos raras de seu filho com Murilo Benício