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Bem-estar e Saúde / DEPRESSÃO

Médico explica vício em álcool no auge da carreira de Fernando Scherer: 'Medo de fracassar'

No último domingo (8), durante o Domingo Espetacular, Fernando Scherer surpreendeu os fãs ao falar sobre seu diagnóstico de depressão e vício em álcool

Dr. José Fernandes Vilas e Júlia Wasko
por Dr. José Fernandes Vilas e Júlia Wasko

Publicado em 13/06/2025, às 10h30

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O médico explicou mais detalhes do vício em álcool de Fernando Scherer - Reprodução/Globo
O médico explicou mais detalhes do vício em álcool de Fernando Scherer - Reprodução/Globo

Durante o Domingo Espetacular, exibido no último domingo (8) na Record, Fernando Scherer (50) falou sobre sua luta contra o vício em álcool e o diagnóstico de depressão. O campeão olímpico surpreendeu os telespectadores ao contar sobre os desafios que enfrentou ao longo de sua carreira, principalmente em relação à sua saúde mental. Em seu relato, o ex-nadador confessou que o abuso de bebidas alcoólicas começou quando ele estava no auge da carreira.

"Jovem demais, se tornar número um do mundo, fama, sucesso, a parte financeira mudou muito rápido, e a gente se perde um pouco no caminho, mas fui me perdendo e me achando, me perdendo e me achando, até que me achei (...) Com o tempo, vai se tornando um vício, uma válvula de escape. Baseado na fuga de uma dor. Talvez eu quisesse parar de nadar e não tinha coragem de assumir que queria parar", admitiu.

Em entrevista à CARAS BrasilDr. José Fernandes Vilas explica que há uma grande relação entre as carreiras de atletas e o uso abusivo de bebidas alcoólicas. O psiquiatra reforça que o fato de Fernando Scherer ter intensificado o vício no auge de sua carreira pode estar relacionado com a pressão externa.

"Muitos atletas enfrentam uma pressão extrema por performance e resultados. No auge da carreira, a cobrança, o medo de fracassar e o esgotamento físico e emocional podem gerar um sofrimento silencioso", explica.

"Como não há espaço social para a vulnerabilidade no esporte de alto rendimento, o álcool pode surgir como válvula de escape. Estudos mostram que transtornos mentais em atletas são subdiagnosticados, o que favorece o uso abusivo de substâncias como forma de lidar com essa sobrecarga emocional", acrescenta.

Em seu relato, o campeão olímpico destacou que não consumia bebidas alcoólicas pelo prazer de beber, e sim pelo prazer de "não estar em contato com uma dor que eu tinha". O psiquiatra destaca que esse é um relato comum e profundamente humano. "Muitas pessoas usam o álcool — ou outras substâncias — como um escudo emocional (...) A relação entre depressão e vício em álcool é intensa e bidirecional", finaliza.

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