Vera Fischer confessou em sua participação no Fantástico, na Globo, que foi surpreendida com comentários etaristas ao entrar nas redes sociais
Publicado em 28/04/2025, às 12h30
No último domingo (27), Vera Fischer (73) participou do quadro Pode Perguntar, do Fantástico, na Globo, e confessou que não usava celular até 2020, principalmente por conta dos ataques nas redes sociais. Ao entrar para as plataformas, a atriz sofreu com comentários etaristas. Apesar disso, ela conseguiu driblar os xingamentos e hoje conta com mais de 1 milhão de seguidores.
Em entrevista à CARAS Brasil, Dr. José Fernandes Vilas fala sobre a decisão da atriz de não ter um celular até 2020 e como as redes sociais podem impactar a saúde mental das pessoas, principalmente após comentários etaristas.
"Há uma relação direta entre as agressões sofridas e a sua decisão de evitar o celular: a exposição constante a comentários ofensivos, em especial aqueles carregados de preconceito etário, gera um estado de hipervigilância e ansiedade que compromete o bem-estar psíquico", aponta.
"Ao ser surpreendida com comentários depreciativos sobre sua idade, Vera enfrentou o que chamamos de 'violência simbólica digital' — um tipo de agressão que, embora não deixe marcas físicas, deteriora lentamente a autoestima e a segurança emocional. Estudos recentes indicam que interações negativas nas redes sociais estão associadas ao aumento do risco de depressão, transtornos de ansiedade e estresse pós-traumático", acrescenta.
O psiquiatra ainda destaca como o etarismo pode impactar a vida pessoal e profissional de artistas: "O etarismo, preconceito baseado na idade, é particularmente cruel porque ataca dimensões muito íntimas da identidade de uma pessoa. Para artistas que construíram sua carreira a partir da imagem pública, esses ataques atingem não apenas a vaidade, mas a essência de seu valor social. A expectativa de que a juventude seja eterna nas redes cria uma pressão desumana que ignora o envelhecimento como um processo natural e belo".
Em seu relato, Vera Fischer confessou que não teve um celular até 2020 e que, no começo, "tinha muita coisa de hater, eles diziam: 'Está ficando velha'". Apesar disso, a atriz continuou nas redes sociais, ganhando fã-clubes com pessoas de diferentes faixas etárias.
"Estabelecer limites de tempo para o uso do celular não é apenas uma medida de bem-estar; é uma blindagem neuroemocional necessária para preservar a saúde mental (...) O cérebro interpreta o ambiente virtual como uma ameaça constante, ativando o eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal) responsável pela resposta ao estresse. Essa ativação crônica leva a um estado de inflamação subclínica no sistema nervoso central, favorecendo o surgimento de quadros ansiosos, depressivos e distúrbios de sono", finaliza o especialista.
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