Em entrevista à CARAS Brasil, o oncologista Elge Werneck diz que existem sequelas que podem perdurar bastante tempo depois do tratamento quimio ou radioterápico
Publicado em 11/05/2025, às 17h39
A empresária e influenciadora digital Fabiana Justus (38), que passou por um transplante de medula óssea em março de 2024 como parte do tratamento da leucemia mieloide aguda (LMA), continua tomando alguns cuidados com sua saúde. No último sábado, 10, ela surgiu nos stories do Instagram dizendo que estava passeando. Nas imagens a famosa aparece usando um enorme guarda-chuva preto para se proteger dos raios solares. "Estou com uma sombrinha porque está muito sol e eu preciso me cuidar", ressaltou.
Em entrevista à CARAS Brasil, o oncologista Elge Werneck Araujo Júnior explica que cautelas precisam ser tomadas para evitar complicações relacionadas ao câncer ou ao próprio tratamento da doença. “É importante dizer que o objetivo de todos os médicos é tentar restabelecer a vida dos pacientes à normalidade depois do tratamento. Independentemente do tipo de câncer que esse paciente tenha, a gente sempre espera que o quanto antes esse paciente possa retomar todos os hábitos de vida normais após o tratamento, mas existem algumas cautelas que precisam ser tomadas para evitar complicações relacionadas à doença ou ao próprio tratamento”, salienta.
De acordo com o médico, após qualquer tratamento, é natural que exista um período de adaptação, afinal de contas aquele organismo passou por uma série de tratamentos que não só debilitaram, mas trouxeram para ele algumas alterações. “Esses procedimentos, desde cirúrgicos, por exemplo, de uma mulher que precisou retirar uma mama, ou de um paciente com câncer de intestino que usou durante algum tempo uma bolsinha, esses organismos demoram um tempo para se restabilizar, e para aquele desconforto”, diz.
“Seja da cicatriz da mama, ou seja da adaptação com a bolsinha, isso exige que esses pacientes tenham um pouco de serenidade, tranquilidade, resiliência e, obviamente, de supervisão médica para que aquilo passe a se tornar uma alteração fisiológica, uma alteração habitual, uma alteração percebida como algo já normal para o organismo dessa paciente”, emenda Elge.
Além disso, segundo o oncologista Clínico do Grupo Oncoclínicas Unidade Curitiba, existem algumas complicações que podem ser até tardias de quimioterapia e radioterapia. “Alterações, por exemplo, de paladar para quem faz radioterapia da boca; alteração de sensibilidade das mãos e dos pés, também chamado de neuropatia periférica, que podem ser induzidos por uma série de quimioterapias”, fala.
E completa: “Existem sequelas que podem perdurar bastante tempo depois do tratamento quimio ou radioterápico e que pedem uma supervisão médica. O médico tem ferramentas, o médico tem medicamentos para minimizar esses eventos, mas muitas das vezes eles ocorrem e é preciso, mais uma vez, que o paciente esteja de acordo, ciente e cooperativo com as propostas do médico para que aquilo seja minimizado o quanto antes”.
Ainda de acordo com Elge, mas do ponto de vista objetivo, depois que o paciente termina o tratamento e é considerado livre de doença, ele tem praticamente todas as liberações para voltar a uma vida ao normal.
“Então, a gente autoriza que o paciente volte a praticar suas atividades físicas, de acordo com o que o organismo tolerar; a gente permite que esse paciente retome os hábitos sociais, muitas das vezes até um consumo moderado de álcool; a gente permite que esse paciente possa fazer suas viagens normalmente; que esse paciente possa ingerir praticamente todos os alimentos, enfim. Aquelas restrições aplicadas durante o período da quimioterapia, normalmente após o término do tratamento, a gente vai restabelecendo aquelas atividades prévias e liberando o paciente para fazer, sempre sob os cuidados médicos, a tutela médica, sobre essas orientações”, finaliza.
‘GRAÇAS A DEUS ESTOU BEM’
No dia 26 de março, a empresária chamou a atenção dos fãs ao confirmar que iniciou um novo tratamento para cuidar de sua saúde. A influenciadora digital explicou que seus médicos decidiram começar uma etapa com doses altas de corticoide após perceberem que a médula óssea está impactando outras partes de seu corpo.
Em seu perfil do Instagram, ela publicou um vídeo detalhando a situação. "Só para dividir com vocês porque quando eu falei que ia ter que tomar bastante corticoide muita gente ficou preocupada! Graças a DEUS estou bem e o GVHD é só algo pra tratar (que é esperado e comum) após um TMO! Obrigada pela torcida e orações sempre!", escreveu a famosa, na legenda.
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