Em entrevista à CARAS Brasil, médico explica a segurança e benefícios de cirurgia realizada por Ary Fontoura
Publicado em 14/06/2025, às 12h12
Aos 92 anos, o ator Ary Fontoura realizou uma cirurgia de catarata e surpreendeu ao surgir bem disposto e ativo nas redes sociais. A operação, feita há cerca de um ano, levanta uma dúvida comum entre o público: procedimentos oftalmológicos são realmente seguros para pessoas com idade avançada?
Em entrevista para a CARAS Brasil, o oftalmologista Dr. Hallim Feres Netto avaliou o caso de Ary e explicou como a cirurgia de catarata evoluiu, derrubando mitos e mostrando como ela pode melhorar, e muito, a qualidade de vida dos idosos.
Segundo o especialista, o procedimento realizado por Ary é considerado um dos mais seguros da medicina moderna. A técnica utilizada atualmente, chamada de facoemulsificação com implante de lente intraocular, é minimamente invasiva e leva cerca de 10 a 15 minutos por olho.
"A cirurgia de catarata é atualmente considerada um dos procedimentos mais seguros e eficazes na medicina. [...] É normalmente realizada com anestesia local e sedação leve, parecido com a anestesia de uma endoscopia, por exemplo", explica o médico.
Ao contrário do que muitos pensam, a idade avançada não é um impeditivo. Na verdade, os benefícios são significativos para pessoas na faixa etária de Ary Fontoura.
"Em pacientes na idade do Ary Fontoura, de 92 anos, os benefícios da cirurgia geralmente superam os riscos, especialmente quando a catarata já compromete atividades diárias. [...] Existem diversos estudos relacionando a cirurgia de catarata com melhora significativa na qualidade de vida, inclusive com menor risco de quedas, depressão e também proteção contra demência senil", afirma.
Um dos equívocos mais comuns sobre a catarata é a ideia de que ela deve ser operada apenas quando a visão estiver muito comprometida. O Dr. Hallim desmistifica essa crença: "Esperar que a visão esteja 'muito ruim' é um mito", destaca o especialista.
"Antigamente, com a técnica de facectomia extracapsular, era comum esperar a catarata amadurecer. Na técnica atual, isso não é necessário – inclusive, uma catarata muito dura pode até dificultar a cirurgia", pontua.
Ele destaca que o impacto funcional na vida do paciente deve ser o principal critério para decidir o momento certo da cirurgia.
"A decisão de operar ou aguardar deve ser baseada muito mais no impacto funcional da perda visual na qualidade de vida do paciente, do que no grau de opacidade do cristalino", reforça.
Além disso, o procedimento também pode ter efeito refrativo, reduzindo a dependência de óculos: "Com a previsibilidade e segurança da cirurgia, e com as lentes intraoculares modernas, uma pessoa com catarata menos impactante visualmente pode optar por operar mais cedo e ganhar muitos anos de vida sem usar óculos", afirma o oftalmologista.
Apesar da idade de muitos pacientes, o pós-operatório costuma ser simples e tranquilo. No entanto, requer alguns cuidados básicos, como o uso correto dos colírios prescritos e proteção ocular.
"Os principais cuidados incluem: uso rigoroso de colírios antibióticos e anti-inflamatórios, evitar coçar os olhos, dormir com proteção ocular, não molhar os olhos nos primeiros dias e evitar esforços físicos intensos por pelo menos uma semana", detalha o médico.
Quanto à alimentação, não há grandes restrições: "Não há necessidade de dieta especial, mas manter boa hidratação e alimentação balanceada auxilia na recuperação", completa.
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