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Bem-estar e Saúde / Saiba mais!

Médico analisa câncer de Joe Biden: 'Chances de cura menores'

O ex-presidente Joe Biden tem câncer de próstata com metástase e escore 9 e oncologista detalha o que isso significa; confira

Joe Biden revela câncer de próstata com metástase óssea - Reprodução/Instagram
Joe Biden revela câncer de próstata com metástase óssea - Reprodução/Instagram

O diagnóstico de câncer de próstata com metástase óssea do ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de 82 anos, levantou um sinal de alerta entre especialistas. A doença foi classificada com escore de Gleason 9, quase o máximo da escala, que vai até 10, o que indica alta agressividade. Mas o que esse número realmente representa e quais são os impactos para um paciente dessa idade?

Para entender melhor o caso, a CARAS Brasil conversou com o oncologista Elge Werneck, que analisou os desdobramentos clínicos da condição de Biden e explicou por que a situação é considerada tão grave.

O que o escore de Gleason 9 revela sobre o câncer de Biden?

O escore de Gleason é uma ferramenta usada para avaliar o grau de agressividade do câncer de próstata. Quanto maior o número, mais diferente das células normais são as células cancerígenas, indicando um tumor mais agressivo.

Segundo Werneck, o caso de Biden merece atenção: "Esse é um grau de diferenciação do tumor, isto é, quanto mais diferente do tecido original, mais agressivo tende a ser. Nesse caso, a escala vai até 10, mostrando realmente que o câncer do ex-presidente tende a comportar-se de forma grave."

No entanto, o oncologista alerta que o escore não é o único fator a ser considerado: "Importante lembrar que a gravidade da doença não depende apenas dessa classificação, e sim de vários outros fatores, como estadiamento, perfil molecular tumoral, idade e condições do paciente, dentre outros."

Metástase nos ossos muda tudo? Como isso afeta o tratamento?

A metástase óssea, ou seja, a disseminação do câncer para os ossos, é um marco preocupante no avanço da doença. Ela reduz significativamente as chances de cura, e exige abordagens mais abrangentes.

"Doenças metastáticas têm chances de cura menores que doenças localizadas, daí a insistência das informações médicas estimulando diagnósticos precoces", reforça Werneck.

Mesmo assim, há formas de controlar a progressão: "Nesse caso, tratamentos sistêmicos que buscam, principalmente, diminuir os níveis de testosterona, conseguem controlar tanto o tumor primário quanto as lesões disseminadas, sejam ósseas ou não. Em cenários onde essa terapia já não é mais sensível, podemos ainda associar medicações que agem especificamente sobre os ossos, os chamados bifosfonados."

Idade avançada muda as opções terapêuticas?

O fato do ex-presidente ter 82 anos levanta outra questão: até que ponto a idade limita o tratamento? De acordo com o oncologista, não há uma regra fixa:

"Depende. Essa resposta depende obviamente do binômio paciente-doença. Habitualmente, pacientes de 80 anos ou mais tendem a apresentar condições clínicas que dificultam terapias muito agressivas, mas isso não é regra. Vemos uma nova geração de octogenários que se encontram muito bem, e isso permite que tais opções possam ser consideradas."

Leia também: Joe Biden, ex-presidente dos EUA, é diagnosticado com câncer de próstata agressivo