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Bem-estar e Saúde / Explicação

Médico alerta sobre risco de síndrome que afetou Lexa: ‘Pode levar a insuficiência’

Lexa revela que teve pré-eclâmpsia com síndrome HELLP na gravidez da primeira filha. Entenda a complicação que desencadeou o parto prematuro

por Priscilla Comoti
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Publicado em 10/02/2025, às 17h25 - Atualizado às 19h09

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Lexa - Foto: Reprodução / Instagram
Lexa - Foto: Reprodução / Instagram

A cantora Lexa comoveu os brasileiros ao anunciar a morte de sua filha, Sofia, poucos dias após o parto prematuro. A artista ficou internada por algumas semanas ao sofrer complicações quando estava com quase 6 meses de gestação. Nesta segunda-feira, 10, ela contou que sofreu complicações da pré-eclâmpsia, como a síndrome de HELLP. Com isso, o médico ginecologista obstetra Dr. Fernando Prado, explicou o que é a complicação que afetou a cantora e sua filha.

A pré-eclâmpsia é um aumento na pressão da mãe e que pode trazer riscos para a gestante e o bebê. Tanto que uma das complicações desta condição é a síndrome HELLP, que atinge o sangue e o fígado. "Na pré-eclâmpsia grave, além da pressão alta, há o acometimento de órgãos, como rins, fígado, placenta e cérebro. Quando acontece precocemente, pode levar a consequências tanto para a mãe quanto para o feto. Uma dessas complicações é a síndrome HELLP (hemólise, elevação de enzimas hepáticas e queda de plaquetas), que, por sua vez, pode levar a insuficiência hepática e coagulação do organismo inteiro, o que é chamado de CIVD. E isso também pode afetar tanto a mãe quanto o bebê", afirmou. 

Por que a condição é tão grave para o bebê?

De acordo com o Dr. Fernando Prado - especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita - , a pré-eclâmpsia e síndrome de HELLP podem impedir o desenvolvimento esperado do bebê e a impossibilidade de vida fora do útero. "Para o bebê, a principal complicação é a prematuridade. Além disso, se ocorreu algum problema de falta de oxigenação e desenvolvimento da placenta, essa criança tem restrição de crescimento, o peso fica baixo e os órgãos principais acabam não se formando. Então essa criança pode não resistir fora do útero por uma falta de maturidade de alguns órgãos, principalmente o pulmão", afirmou. 

Qual é a causa da pré-eclâmpsia?

O médico ainda revelou que não existe uma causa para a pré-eclâmpsia, mas que existem fatores que podem facilitar o surgimento da condição. “Sabemos também que a pré-eclâmpsia está diretamente relacionada a fatores como histórico pessoal ou familiar de hipertensão ou pré-eclâmpsia, idade acima dos 35 anos, gestação decorrente de reprodução assistida (fertilização in vitro), obesidade, diabetes e gestação gemelar. A pré-eclâmpsia é, inclusive, recorrente em pacientes que se submeterem a procedimentos de reprodução assistida como a Fertilização In Vitro justamente por características comuns desses indivíduos e procedimentos, como a idade geralmente mais avançada das gestantes e a maior probabilidade de gêmeos”, afirmou. 

Quais são os sintomas?

Segundo o ginecologista e obstetra Dr. Nélio Veiga Junior, Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela UNICAMP, os sintomas da pré-eclâmpsia precisam ser rapidamente tratados para evitar a evolução para a eclâmpsia. "Sintomas da pré-eclâmpsia incluem inchaço, principalmente das pernas, dor de cabeça severa, alterações visuais, como surgimento de pontos brilhantes e visão turva, dores abdominais, especialmente na região do estômago”, declarou ele, e completou: "O diagnóstico é realizado por meio da medição da pressão arterial, observação dos sintomas, avaliação do histórico clínico e familiar da paciente e realização de exames laboratoriais, tanto de sangue quanto de urina, para verificar a presença de proteína". 

Como é o tratamento?

Ainda de acordo com o Dr. Veiga Junior, o tratamento é feito de acordo com a gravidade do quadro da gestante. “Em casos mais leves, por exemplo, apenas a adoção de um estilo de vida mais saudável, principalmente com relação à alimentação, controle do peso e atividade física regular. Além disso, o uso do ácido acetilsalicílico (AAS) e suplementação de cálcio são recomendados para reduzir  os riscos de desenvolver pré-eclâmpsia. Já nos casos mais graves, o tratamento geralmente é feito no hospital, com o uso de medicamentos para reduzir a pressão arterial e controlar o risco de convulsões”, afirmou ele.

Porém, o tratamento definido para a condição é o parto. "Por isso, o acompanhamento é tão importante para controle da condição. Dependendo da idade gestacional do bebê e da gravidade do quadro, o médico também pode recomendar a antecipação do parto ou até mesmo interrupção da gravidez”, finalizou o Dr. Nélio Veiga Junior.

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