Justin Bieber enfrentou uma grave doença que tirou o cantor dos palcos; em entrevista à CARAS, a Dra. Carolina Lazari explica tudo sobre a infecção
Publicado em 12/06/2025, às 15h52 - Atualizado às 18h26
O músico Justin Bieber ficou afastado dos palcos algumas vezes entre 2020 e 2022, incluindo shows cancelados pelo Brasil. Ele sofreu com condições resultados da Doença de Lyme, uma infecção bacteriana comum na Europa, Estados Unidos e Ásia. Em entrevista à CARAS Brasil, a Dra. Carolina Lázari explica sobre os sintomas, tratamento e mais sobre a infecção.
Especialista em infectologia, a médica chefe da Seção de Biologia Molecular da Divisão de Laboratório Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica o que é a doença e como ela é causada: "A doença de Lyme é uma infecção bacteriana causada pela bactéria Borrelia burgdorferi transmitida pela picada de carrapatos da espécie Ixodes que podem portar essa bactéria. Então, após a picada do carrapato, a pessoa pode contrair essa infecção e ter uma fase aguda que pode se seguir de uma fase crônica com sintomas bastante variados, tanto músculos-esqueléticos quanto neurológicos".
Os sintomas são variáveis, porém, a maioria dos pacientes enfrenta sintomas iniciais - surgindo até 30 dias da infecção - como dores no corpo, calafrios, dor de cabeça e febre, além de sintomas músculo-esqueléticos ou neurológicos, sendo estes mais característicos. A especialista comenta que há um sinal específico: "O eritema migrans, manchas vermelhas na pele, geralmente em formato de alvo, que surgem no local da picada do carrapato e se expandem ou migram para outras regiões do corpo. Essas lesões costumam não coçar nem doer, embora possam apresentar leve inchaço e sensação de calor local. A característica migratória é marcante: elas podem desaparecer de um local e reaparecer em outro. Em média, essas manchas duram cerca de sete dias, mas em algumas pessoas podem persistir ou reaparecer por até 30 dias nessa fase inicial da doença."
A patologista clínica acrescenta que, na fase mais tardia da doença, podem aparecer dores articulares, ou até mesmo artrites, isto é, articulações inflamadas, vermelhas, quentes e dolorosas, especialmente em joelhos e tornozelos, além de dores nos tendões e outras dores corporais crônicas. Já em sua fase neurológica, podem ocorrer paralisia facial, dores ou formigamentos em nervos periféricos. Encefalite, meningoencefalite, mielite e radiculite (inflamação da medula espinhal e de suas raízes neurais, respectivamente), com dificuldades de locomoção, podem ser manifestações presentes nos quadros mais graves.
Como se trata de uma doença bacteriana, o tratamento é feito para erradicar a doença, explica a infectologista, usando antibióticos. As manifestações mais crônicas citadas acima são cuidadas com medicações auxiliares, usando anti-inflamatórios não esteroidais, corticoides e analgésicos. Por fim, ela conclui:
"Em relação à possibilidade de cura: como é uma infecção bacteriana, é uma doença curável, mediante tratamento com medicações apropriadas, e a resposta é tanto melhor quanto mais precocemente a doença for diagnosticada e tratada. Então, naqueles primeiros 30 e preferencialmente nos primeiros 14 dias após o início das manifestações. Quando o tratamento é mais tardio, também a bactéria é erradicada, mas esses sintomas neurológicos e músculos-esqueléticos podem persistir ainda por uma questão de processo inflamatório e precisar de um tratamento mais prolongado para se resolver. E dependendo da gravidade da doença, principalmente da doença neurológica, pode haver alguma sequela".
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