Cantor Ney Matogrosso revelou que pele mudou de cor após doença e médica explica o que pode causar essa mudança
Publicado em 29/04/2025, às 14h35
Ney Matogrosso revelou que teve a cor da pele alterada após um quadro de gastroenterite. Mas será que a doença pode mesmo causar esse tipo de mudança? A resposta é: sim, e há explicação médica para isso.
Para entender o que está por trás do diagnóstico do cantor, a CARAS Brasil conversou com a Dra. Patrícia Almeida, gastroenterologista e hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, que esclareceu as dúvidas e deu orientações importantes sobre prevenção.
A gastroenterite é uma infecção que afeta o estômago e o intestino. Segundo a especialista, ela pode ser causada por vírus, bactérias ou parasitas.
"A gastroenterite é uma inflamação aguda do estômago e do intestino, geralmente causada por infecções virais, bacterianas ou parasitárias", explica a Dra. Patrícia.
Em casos mais graves, a desidratação intensa pode gerar um efeito pouco conhecido, mas possível: a mudança na coloração da pele.
A médica confirma que a pele pode sim mudar de cor em quadros severos da doença, especialmente quando há perda rápida de líquidos.
"A cor de papel' relatada se refere a uma palidez intensa da pele. Isso ocorre por mecanismos fisiopatológicos bem definidos: a intensa perda de líquidos e eletrólitos através da diarreia e dos vômitos leva à desidratação e à queda do volume circulante de sangue (hipovolemia)", afirma.
"Para preservar o funcionamento dos órgãos vitais, o organismo redireciona o fluxo sanguíneo para o cérebro, coração e rins, reduzindo a irrigação da pele. Esse desvio do sangue faz com que a pele perca o seu rubor normal e fique muito pálida. Além disso, a dor abdominal intensa e o desconforto podem ativar o sistema nervoso parassimpático, contribuindo para quedas de pressão (hipotensão) e agravando ainda mais a palidez", explica a Dra. Patrícia.
A resposta é direta: sim, locais com higiene duvidosa podem facilitar a contaminação. Mas algumas atitudes simples ajudam a reduzir muito o risco da doença.
"A prevenção é fundamental e envolve práticas simples, mas muito eficazes. Lavar as mãos regularmente, cuidar da higiene dos alimentos, evitar consumo de água ou gelo de procedência duvidosa e ter cautela com alimentos crus são atitudes essenciais", orienta a médica.
Ela ainda alerta sobre o consumo em estabelecimentos de risco: "Comer fora de casa em locais sem boas condições sanitárias aumenta o risco de contaminação por vírus ou bactérias causadoras da gastroenterite".
Além disso, a vacinação também tem papel importante: "A atenção à qualidade da alimentação e da água, além da vacinação contra alguns vírus específicos (como o rotavírus, em crianças), são medidas que ajudam a evitar quadros graves e a necessidade de internação", reforça a especialista.
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