Filho de Ivete Sangalo treina com a mãe e médico avalia: 'Comportamento se transforma'

A cantora Ivete Sangalo surpreendeu ao compartilhar, nas redes sociais, um momento íntimo da rotina de exercícios físicos ao lado do filho mais velho, Marcelo Sangalo, de 15 anos. Reservado e longe dos holofotes, o adolescente apareceu acompanhando a mãe no treino, o que levantou uma pergunta importante: quais os impactos da musculação nessa faixa etária?

Em entrevista à CARAS Brasil, o médico João Marcello Branco, especialista em medicina esportiva, obesidade e metabolismo, fez uma análise completa do cenário e destacou pontos essenciais para o desenvolvimento saudável dos jovens.

A força do exemplo dentro de casa

Segundo o especialista, o treino em família tem um peso muito mais profundo do que parece.
"O principal benefício do treino em família é o efeito de espelho que ele gera nos filhos", explica João Marcelo.

"Dessa forma, evita-se aquela velha máxima: 'faça o que eu digo, não faça o que eu faço'. Quando os filhos estão inseridos em um ambiente no qual os pais valorizam o tempo juntos e priorizam práticas que promovem saúde, esse comportamento tende a se transformar em hábito. E o hábito da atividade física está diretamente associado à saúde", completa.

Musculação na adolescência: pode ou não pode?

Com o crescimento de adolescentes nas academias, o médico alerta que o principal ponto de atenção é a supervisão.

"No universo da musculação — o chamado treinamento resistido — a maior preocupação costuma ser a prática supervisionada, especialmente entre adolescentes que estão em fase de desenvolvimento", afirma.

"Nessa etapa, alguns exercícios podem causar lesões se forem mal executados. Além disso, é fundamental que haja também alongamento supervisionado, para evitar prejuízos ao crescimento e reduzir o risco de lesões articulares e tendinosas", explica o especialista.

Benefícios superam os riscos

Mesmo com os cuidados necessários, os impactos positivos da atividade física são expressivos.
"Ainda assim, os benefícios — especialmente os emocionais, motores e na conformação corporal — superam em muito os possíveis riscos. Com o acompanhamento adequado, os ganhos são significativos", destaca.

João Marcelo também chama atenção para um risco silencioso: a automedicação e o uso indevido de substâncias.

"A supervisão dos pais ajuda os adolescentes a evitarem práticas prejudiciais, como o uso indiscriminado de esteroides anabolizantes, muitas vezes incentivado por coaches, amigos ou influenciadores sem qualificação profissional", alerta.

E a alimentação? Restrições não são recomendadas

Outro ponto essencial no desenvolvimento saudável é a alimentação adequada. Dietas restritivas podem colocar a saúde do adolescente em risco: "O jejum prolongado e a restrição de carboidratos em adolescentes não são recomendados. Nessa fase da vida, o metabolismo é bastante acelerado, e o corpo precisa de um aporte energético adequado", afirma o médico.

"Restringir carboidratos de forma intensa pode levar a uma perda de gordura corporal além do ideal, o que é prejudicial nesse período de desenvolvimento e crescimento — o que difere de adultos, que podem ter indicação para esse tipo de restrição em casos específicos", esclarece.

"Para adolescentes, manter uma reserva mínima de gordura é essencial para que o organismo realize todo o seu potencial de crescimento. Por isso, é indispensável o acompanhamento profissional, e não é indicado seguir dietas com restrição de carboidratos da mesma forma que pode ser feito com adultos", conclui o especialista.

Leia também: Ivete Sangalo se declara no aniversário do marido: 'Adoro nosso bololô'