Em entrevista à CARAS Brasil, o Dr. Miguel Liberato explica como adaptar técnica de desengasgo conforme a idade, como fez Bia Napolitano com o filho
Publicado em 14/06/2025, às 09h45
A influenciadora Bia Napolitano viveu um verdadeiro susto com o filho de apenas 8 meses. Durante uma refeição na casa da família, em São Paulo, o bebê se engasgou e precisou ser socorrido às pressas pela própria mãe, que usou uma manobra de desengasgo para salvá-lo.
A cena, registrada em vídeo e publicada nas redes, mostra o momento em que o bebê começa a tossir e aparenta falta de ar. Imediatamente, Bia age: retira a criança da cadeirinha e inicia os procedimentos. Mas será que essa é mesmo a forma correta de agir em casos de engasgo infantil?
Em entrevista à CARAS Brasil, o pediatra Miguel Liberato esclarece os cuidados essenciais nesses casos, destacando que o procedimento correto depende da idade da criança.
"O engasgo é uma situação de emergência comum na infância, especialmente em bebês e crianças pequenas, e é importante que os pais e cuidadores saibam como agir nesses casos. A conduta a ser tomada nem sempre é a mesma, vai depender da idade e do estado que a criança se encontra", explica o médico.
Se a criança estiver tossindo, o médico orienta a não interferir: "Se a criança estiver tossindo efetivamente, deixe-a tossir! Não mexa, não bata nas costas ou a vire de cabeça para baixo. É importante não colocar o dedo na boca dela se não há visão do corpo estranho, isso pode empurrar ainda mais o objeto para dentro. Mantenha sempre a criança em posição confortável e incentive-a a tossir", alerta.
Segundo o pediatra, se a criança não estiver emitindo nenhum som, é hora de agir com urgência: "Caso a criança engasgada não estiver emitindo nenhum som, será necessário realizar uma manobra para ajudá-la. E a escolha da manobra será de acordo com a idade da criança. Enquanto isso, é importante que alguém já entre em contato com o SAMU (192)", orienta.
Para bebês com menos de 1 ano, a técnica correta é: "Coloque o bebê de barriga para baixo, apoiado no seu antebraço com a cabeça mais baixa que o corpo, tendo o cuidado de manter a boca do bebê aberta. Faça cinco batidas firmes nas costas da criança. Em seguida, mova o bebê para o outro braço, deixando-o de barriga para cima e então com os dedos indicador e médio, faça cinco compressões no peito. Repita esse ciclo até o objeto ser expelido", explica.
Já para crianças maiores de 1 ano: "O indicado é a manobra de Heimlich, que consiste em se posicionar atrás da criança e abraçá-la com os braços por baixo dos braços dela. Depois, feche uma das mãos em punho e coloque-a logo acima do umbigo. Com a outra mão, segure o punho e faça movimentos rápidos e firmes para dentro e para cima. Repita até que o objeto seja expelido ou até a ajuda chegar", detalha o especialista.
Durante a introdução alimentar, alguns alimentos podem representar um risco maior e devem ser evitados, especialmente até o primeiro ano de vida.
"Evite dar alimentos redondos, duros ou escorregadios para crianças pequenas, não ofereça balas, pipoca, nozes ou amendoim para crianças menores de quatro anos, sempre supervisione a criança enquanto ela come, ensine a comer devagar e mastigar bem e nunca deixe a criança comer enquanto corre, anda ou brinca", recomenda o pediatra.
O médico garante que sim. Mesmo que a criança pareça recuperada, a avaliação médica é fundamental: "É importante que a criança seja avaliada por um médico, para ver a necessidade de exames de imagem e receber as orientações adequadas, pois é importante saber se o objeto foi totalmente eliminado, se não houve nenhum tipo de lesão na via aérea da criança e se o pulmão está “limpinho” na ausculta", afirma Miguel.
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