Em entrevista à CARAS Brasil, Gerson Antonelli, diretor do Miss Universe Brasil, explica mudanças no concurso de beleza e compartilha expectativas
Publicado em 07/02/2025, às 11h30 - Atualizado às 14h30
No próximo sábado, 8, o concurso Miss Universe Brasil 2025 terá sua estreia em São Paulo. A competição de uma semana, que agora aceita mulheres mais velhas, casadas, mães e trans, vai eleger a nova representante do Brasil no dia 13, na grande final que terá transmissão ao vivo no YouTube. Em entrevista à CARAS Brasil, Gerson Antonelli, diretor do Miss Universe Brasil, fala sobre mudança no concurso: "Reflexo global", afirma.
Segundo o diretor, as alterações refletem um movimento global liderado pela nova direção do Miss Universe, sediada na Tailândia e no México. A inclusão foi uma decisão estratégica e obrigatória para todos os países com diretores nacionais. "O objetivo é promover a inclusão e a representatividade de mulheres de todos os segmentos da sociedade, independentemente de idade (mínima de 18 anos) e estado civil", explica.
Em relação à participação de mulheres trans, o regulamento estabelece que as candidatas devem ter concluído os procedimentos médicos e legais até 36 meses antes da inscrição. Antonelli enfatiza que todas as candidatas competem em igualdade de condições e que o foco do concurso permanece na valorização da mulher como um todo.
A decisão de expandir os critérios de participação rompe com tradições de décadas, mas, para Antonelli, trata-se de um avanço natural. Ele acredita que essa mudança "demonstra a evolução e o desenvolvimento do papel da mulher na sociedade global".
O CEO reconhece que, como qualquer transformação, as novas regras geram debates, mas destaca que críticas e elogios sempre fizeram parte do universo Miss. O importante, segundo ele, é que as discussões aconteçam de maneira respeitosa e construtiva. "Cada um pode se posicionar, desde que de forma respeitosa e não abusiva. No fim, essa é uma grande oportunidade para todas as mulheres".
Apesar do movimento acolhedor, Antonelli ressalta que, independentemente do perfil, todas precisam estar preparadas para as exigências da competição: "Casadas ou solteiras, todas devem ter em mente que as responsabilidades de uma Miss Universe Brasil serão as mesmas. Cabe a cada uma se organizar, se motivar e se dedicar para se apresentar da melhor forma possível".
Desde que assumiu a franquia em abril de 2024, o diretor assimiu o papel de garantir que as regras sejam aplicadas com clareza e transparência. Durante a edição passada, as novas diretrizes foram bem aceitas pelo público e pelas próprias candidatas, o que reforça a ideia de que o concurso está acompanhando a evolução dos tempos.
O Miss Universe Brasil sempre teve grande relevância no cenário mundial, e Antonelli acredita que as mudanças podem consolidar o país como referência em inclusão dentro do universo dos concursos de beleza.
"O Brasil ainda tem raízes machistas e uma das maiores taxas de feminicídio do planeta. Nossa plataforma social busca valorizar a importância da mulher no contexto nacional e internacional e lutar contra qualquer tipo de abuso".
Ele reforça, ainda, que o concurso se posiciona como um espaço de empoderamento feminino e inclusão. "Acreditamos em uma mentalidade igualitária, de respeito, direitos e deveres, para todas as mulheres". Sobre a interseção com o Miss Universo Trans Brasil, Antonelli vê a coexistência dos dois concursos como um sinal positivo, pois amplia as oportunidades para as participantes.
A modernização das regras também pode atrair um novo público para o Miss Universe Brasil. Antonelli destaca que a aceitação tem sido positiva e que o objetivo é continuar alcançando todas as camadas sociais.
"Cada pessoa tem direito à sua opinião pessoal, mas temos tido uma aceitação tranquila das novas regras. Queremos continuar atingindo todos aqueles que amam o universo Miss e que valorizam a diversidade."
No entanto, o CEO faz um alerta sobre a importância da responsabilidade nas redes sociais: para ele, o debate precisa ser feito com respeito, sem ataques ou discursos de ódio. "Difamação, injúria e desrespeito são crimes, e o bullying afeta a saúde mental das participantes e organizadores. Queremos um espaço de celebração e empoderamento para todas as mulheres", conclui.
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