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Bebê / Cuidados

Tati Machado: médica faz alerta sobre sintomas no 3º trimestre de gestação

A perda de Tati Machado traz visibilidade para um tema que afeta várias mulheres, a morte fetal tardia; saiba os cuidados e sintomas

Nataly Paschoal
por Nataly Paschoal
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Publicado em 19/05/2025, às 11h00

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Tati Machado perdeu o bebê no final da gestação - Instagram/@diego_nnunes
Tati Machado perdeu o bebê no final da gestação - Instagram/@diego_nnunes

No dia 13 de maio, a apresentadora Tati Machado deu a notícia que perdeu seu bebê Rael já na reta final da gestação. O caso da jornalista traz visibilidade para o tema que afeta várias mulheres: a morte fetal tardia. Apesar de ser um assunto difícil, a ocorrência é mais comum do que se imagina e a médica ginecologista Fabiane Berta aponta quais os cuidados e sintomas que as gestantes precisam ficar atentas.

Para a especialista em medicina fetal pela Santa Casa de São Paulo, a causa dessas perdas pode ser multifatorial. “As principais razões envolvem problemas na placenta, como insuficiência placentária ou descolamento, alterações no cordão umbilical, como nós ou compressões, além de complicações como a pré-eclâmpsia, infecções silenciosas, a exemplo da sífilis e toxoplasmose, e malformações fetais graves. Mas, mesmo com uma investigação completa, cerca de 25% dos casos permanecem sem causa identificada”,explica.

A médica alerta que, no último trimestre da gestação, alguns sinais não podem ser ignorados. Entre eles: diminuição ou ausência dos movimentos fetais, sangramento vaginal, dores abdominais persistentes, febre, inchaço repentino no rosto, mãos e pernas, visão turva, dores de cabeça intensas e alterações na pressão arterial.

“Esses sintomas precisam ser comunicados imediatamente ao obstetra. A vigilância materna é uma ferramenta poderosa de prevenção”, reforça Fabiane. Mesmo com pré-natal adequado, situações graves como descolamento placentário e restrição de crescimento fetal podem surgir de forma súbita. Por isso, a orientação médica é clara: manter consultas regulares, cumprir os exames recomendados e, em caso de risco, intensificar o acompanhamento.

“Mulheres com mais de 35 anos, com histórico de diabetes, hipertensão, obesidade, perdas gestacionais anteriores ou dificuldades de acesso ao sistema de saúde fazem parte do grupo que exige monitoramento ainda mais próximo”, alerta Berta.

A pesquisadora ressalta que no terceiro trimestre, o mínimo recomendado são três consultas médicas, com a possibilidade de frequência quinzenal ou semanal em gestantes de alto risco. Entre os exames mais utilizados para vigilância fetal estão a ultrassonografia com dopplervelocimetria, que avalia a saúde da placenta e o crescimento do bebê, a cardiotocografia, que monitora os batimentos cardíacos fetais e o controle do volume de líquido amniótico.

A partir da 36ª semana, esse controle deve ser mais rigoroso, especialmente após as 40 semanas, conforme orientam o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia (ACOG) e a FEBRASGO. Fabiane também chama a atenção para o papel do bem-estar emocional e físico da gestante. “Altos níveis de estresse, ansiedade não tratada, depressão ou jornadas de trabalho extenuantes podem interferir negativamente na gestação. Já atividades físicas leves, supervisionadas e individualizadas, são recomendadas e benéficas para a mãe e para o bebê”, finaliza.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que orienta também as diretrizes do Ministério da Saúde, a morte fetal é classificada como "tardia" quando ocorre a partir da 28ª semana de gestação ou quando o feto pesa mais de 1 kg. Estima-se que 2,6 milhões de mortes fetais tardias aconteçam por ano no mundo. No Brasil, a média é de 8 a 9 mortes a cada mil nascimentos, mas esse índice varia bastante de acordo com a região: nas regiões Norte e Nordeste, as taxas chegam a ser até 40% maiores do que no Sul e Sudeste, reflexo direto das desigualdades sociais e do acesso à saúde de qualidade.

Tati Machado anuncia perda de bebê em nota:

"No último dia 12 de maio, a apresentadora e jornalista Tati Machado, com 33 semanas de gestação, deu entrada na maternidade após perceber a ausência dos movimentos de seu bebê. Até então, a gravidez transcorria de forma saudável e já se encontrava na reta final. Infelizmente, foi constatada a parada dos batimentos cardíacos do bebê, por causas que ainda estão sendo investigadas.

Diante da situação, Tati precisou passar pelo trabalho de parto, um processo cercado de amor, coragem e profunda dor. Após o procedimento, ela se encontra estável e sob cuidados. Agradecemos imensamente o carinho e o respeito de todos. Pedimos que este momento tão delicado seja vivido com a privacidade que Tati, seu marido Bruno e toda a família precisam".