O especialista explica como funciona o procedimento que vem sendo cada vez mais procurado por mulheres
Aos 45 anos, Ivete Sangalo revelou em entrevista que congelou embriões e planejou a nova gravidez.
Segundo Dr. Márcio Coslovsky, membro da American Society for Reproductive Medicine (ASRM), da European Society of Human Reproduction (ESHRE), houve um crescimento de 40% no número de embriões congelados no último ano. E, segundo levantamento realizado pela Anvisa, mais de 20,3 % dos nascimentos ocorrem entre mães de 30 a 34 anos.
“A gravidez torna-se mais difícil a partir dos 35 anos. Ao nascer, a mulher possui cerca de um a dois milhões de óvulos, e não produz durante toda a vida. Quando chega aos 37 anos, esse número cai para 25 mil óvulos; aos 51 anos, apenas mil. Podemos dizer que até os 32 anos a mulher tem cerca de 50% a 60% de chances de engravidar. Aos 37, as chances caem para algo em torno dos 30%; aos 39, 25%; com 40, 15%; e 43, apenas 5%".
Ao realizar o procedimento, o profissional destaca que primeiro é feito uma indução de ovulação a partir do segundou terceiro dia de menstruação. " De forma semelhante à fertilização in vitro (FIV), a ideia é ter muitos óvulos a partir de nove ou dez dias de medicação".
Nesse caso, os óvulos são fecundados pelo espermatozoide em laboratório e, posteriormente, congelados, da mesma forma como o óvulo. "Para fertilizar, é necessário um parceiro masculino ou banco de sêmen. É um procedimento de rotina para as clínicas de reprodução e tem um preço semelhante à fertilização in vitro. Existem dois métodos para congelamento do óvulo/embrião, o lento e o rápido, mais conhecido como vitrificação”.
No primeiro, a temperatura diminui gradualmente. Já na vitrificação, o óvulo é submetido a baixa temperatura de forma abrupta. O segundo método, mais utilizado hoje em dia, evita a formação de cristais, fazendo com que o resultado da recuperação desse óvulo/embrião seja maior. Os óvulos/embriões são vitrificados em nitrogênio líquido e estarão à disposição para o futuro.
Dr. Mário explica que não existem diferenças entre uma gravidez de óvulo 'fresco' e um óvulo congelado. "Quando a mulher decide engravidar, no caso dos óvulos, descongelamos e realizamos a fertilização no mesmo dia. No dia seguinte, teremos embriões em andamento. De três a cinco dias depois, marcamos a data da devolução dos embriões para a paciente”.
Por fecundar dois embriões, as chances de nascerem gêmeos, como no caso de Ivete, é de aproximadamente 20%.
“Se uma mulher congela seus óvulos ou embriões aos 30 e decide engravidar aos 38, as chances de gravidez são iguais a de uma mulher de 30 anos. Como as chances são proporcionais a idade da paciente, quanto mais jovem for feito o procedimento, maior a chance de conquistar a gravidez", conclui.