Aniversariante do dia, Zeca Pagodinho já trabalhou na feira antes de conquistar carreira recordista em categoria do Grammy Latino
Publicado em 04/02/2025, às 07h30
Nesta terça-feira, 4 de fevereiro, o cantor e compositor Zeca Pagodinho completa 66 anos. Ícone do pagode e do samba, o artista já trabalhou na feira antes de alcançar sucesso com a música. Hoje, Zeca ostenta o título de artista mais premiado na categoria Melhor Álbum de Samba ou Pagode no Grammy Latino, com quatro vitórias. Relembre a trajetória do músico que é figura da cultura popular brasileira.
Jessé Gomes da Silva Filho, o Zeca Pagodinho, nasceu em Irajá, bairro do Rio de Janeiro, em 1959. Filho de Jessé e Irinéia, Zeca cresceu em um ambiente familiar imerso no samba e logo começou a se interessar pela música, mergulhando no ambiente cultural do Rio. Apesar do interesse precoce, a vida de Zeca não foi apenas samba: para ajudar a sustentar a casa, ele trabalhou em diversos ofícios, como feirante, camelô, office boy e até anotador de jogo do bicho.
Ao longo dessa jornada árdua, ele fez grandes amizades, como com os sambistas Arlindo Cruz (66) e Beto Sem Braço (1940-1993), o que o aproximou ainda mais do universo musical. Ainda jovem, Zeca abandonou os estudos e passou a se dedicar totalmente ao trabalho e às rodas de samba e pagode.
O artista começou a frequentar mais os ambientes musicais e ser reconhecido, o que deu gás à sua carreira na música. Com o apoio de sua madrinha, Beth Carvalho (1946-2019), Zeca fez sua primeira gravação em 1983, com o samba Camarão que dorme a onda leva, um marco que o colocaria no radar do cenário musical.
O talento de Zeca logo foi reconhecido por produtores musicais: em 1985, ele foi convidado por Milton Manhães, produtor da gravadora RGE, para participar do álbum Raça Brasileira, ao lado de outros sambistas da época. Esse disco, que trazia músicas como Leilão e Mal de Amor, revelou o talento de Zeca, que, em pouco tempo, conquistaria a fama com o grande público e começaria a gravar seus próprios álbuns.
Em 1986, lançou seu primeiro álbum solo, com destaque para a música Judia de Mim, que faria parte da trilha sonora da novela Hipertensão. Esse sucesso na TV foi o primeiro de muitos, consolidando sua presença também nas telenovelas brasileiras.
Nos anos seguintes, Zeca continuou a lançar discos de sucesso. Com discos como Patota de Cosme e Samba Pras Moças, ele se firmou como um dos principais nomes do samba e pagode, dono de uma imagem de malandro boêmio e romântico e músicas que se tornaram hinos do gênero, como Quintal do Céu, Maneiras e Fita Amarela.
Em 2003, Zeca Pagodinho foi o segundo sambista a gravar um especial de TV, CD e DVD pela MTV Brasil, tradicionalmente voltada ao rock e pop. O Acústico MTV Zeca Pagodinho foi um sucesso, e em 2006, ele lançou a continuação Acústico MTV Zeca Pagodinho 2 - Gafieira, homenageando o samba de gafieira com clássicos de Noel Rosa (1910-1937) e Cartola (1908-1980).
O reconhecimento de Zeca foi ainda mais consolidado quando ele se tornou o artista mais premiado na categoria de Melhor Álbum de Samba ou Pagode no Grammy Latino: ele foi premiado quatro vezes ao longo da carreira, estabelecendo um recorde que o colocou de vez entre as grandes estrelas da música brasileira no mundo.
Além de sua carreira fonográfica, Zeca continuou a ser um dos principais ícones culturais do país, com participações memoráveis como na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de 2016 e no show de virada de ano de 2023, em Copacabana.
No ano passado, Zeca completou 40 anos de carreira e celebrou o momento marcante de sua trajetória com um grande show no Engenhão, estádio do seu time de coração, o Botafogo.
Leia também: Quanto? Zeca Pagodinho revela o valor de sua aposentadoria pelo INSS