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Sobrinha de Ayrton Senna resgata memórias da infância com o piloto: 'Brincalhão'

A artista plástica Lalalli Senna, sobrinha de Ayrton Senna, relembra infância com o tio e revela processo criativo do espaço Nosso Senna em entrevista à CARAS Brasil

Paulo Henrique Lima e Tamara Gaspar
por Paulo Henrique Lima e Tamara Gaspar
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Publicado em 01/05/2024, às 09h30 - Atualizado às 11h11

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Ayrton Senna e sua sobrinha Lalalli Senna - Foto: Reprodução/Instagram
Ayrton Senna e sua sobrinha Lalalli Senna - Foto: Reprodução/Instagram

Há 30 anos o dia 1º de maio nunca mais teve o mesmo significado para o mundo. Ayrton Senna (1960-1994), faleceu em um trágico acidente enquanto fazia o que mais gostava na vida: disputar automobilismo. Tricampeão na categoria de piloto de Fórmula 1, em 1988, 1990 e 1991, o ídolo segue marcando gerações com o seu legado. Em entrevista à CARAS Brasil, Lalalli Senna, sobrinha do brasileiro, recorda memórias com o tio e revela curiosidades do espaço Nosso Senna. 

"A maior lembrança que eu tenho era do Ayrton chegando em casa, depois de passar muito tempo fora fazendo as corridas. Quando ele chegava de férias, estava sempre animado, pegava eu e meus irmãos e nos jogava para cima, abraçava as crianças, fazia a maior festa. Ele chegava supercontente, carregando muitas malas com presentes que havia recebido dos fãs, dos patrocinadores. Era muito gostoso. Ele parecia um Papai Noel chegando. O Ayrton era muito brincalhão", relembra. 

Artista plástica, ela conta que o piloto foi um dos primeiros admiradores do seu talento com arte de desenhar. Em momentos divertidos, ele aproveitava caricaturas criadas pela sobrinha para divertir a família e amigos.

"Quando eu era pequena, já desenhava, sempre tive essa facilidade. E o Becão (Ayrton) era muito brincalhão. Nas férias, ele ficava aprontando com os amigos e com a família, queria fazer pegadinhas e de vez em quando, quando ele queria fazer alguma brincadeira, ele me pedia para desenhar a caricatura da pessoa fazendo algo engraçado, ou de forma satírica. Ele me ‘encomendava’ esses desenhos e eu ficava com vergonha de fazer um desenho muito feio da pessoa, porque eu, sendo menina, queria fazer bonitinho, cheio de corações. Mas acabava entrando na brincadeira e sendo fornecedora das 'charges'".

NOSSO SENNA 

O espaço localizado em São Paulo se tornou um importante e atrativo ponto turístico para quem visita o Autódromo de Interlagos. O projeto, que tem Lalalli e família como idealizadores, destaca escultura de Ayrton Senna como forma de homenageá-lo por todo seu legado. 

"A ideia do Nosso Senna surgiu quando a minha avó veio falar comigo. Ela me acompanhava na minha carreira artística e em todos os meus trabalhos ela estava sempre perto. Um dia ela me viu trabalhando com escultura e me pediu para fazer uma do Ayrton, pois sentia falta de lembrar dele como ele era. E disse que, como eu também o conheci, conseguiria fazê-lo da forma como ela lembrava. Ela queria uma escultura para poder matar um pouquinho a saudade dele."

"Comecei a fazer e a primeira versão ficou muito boa, todo mundo gostou. Eu ainda não estava satisfeita, mas minha avó estava feliz. Então a família me pediu uma ampliação daquela escultura, para uma versão grande para ser colocada em um local público para os fãs do Ayrton. Na ampliação, eu cheguei na expressão que eu queria, que foi na versão grande, facetada e espelhada que está em Interlagos. É uma versão diferente, em que usei conhecimentos mais tradicionais e também tecnológicos, como modelagem e impressão 3D", descreve. 

A ideia foi colocar em um local público para que todos pudessem ter acesso, todos os fãs do Ayrton, como uma forma de retribuir o carinho que as pessoas têm por nós, a família, e a ele por todos esses anos. E Interlagos, ao mesmo tempo que é um lugar onde ele se consagrou, era um dos lugares favoritos dele mesmo. E estar ali nas arquibancadas mais populares, como o Setor A, onde estão os fãs mais tradicionais, é como se ele estivesse no meio das pessoas, para fazer uma grande homenagem e poder curtir aos eventos de automobilismo dali. Ele está como parte do público, ao lado das pessoas que torceram por ele.

A merecida homenagem a Senna que surgiu após um pedido da avó se transformou em conforto para os fãs. Lalalli criou uma versão em miniatura da escultura em edição colecionável para os admiradores terem Ayrton sempre por perto. 

"Depois, por causa disso, as pessoas viram a peça em Interlagos e gostaram muito e começaram a me pedir para ter uma versão colecionável dessa peça para as pessoas poderem comprar e ter em casa, que seria a mesma que a minha avó ganhou. No final ela ganhou uma versão dessa. E aí eu fiz uma série limitada para colecionadores e fãs do Ayrton poderem adquirir, que é a ‘Nosso Senna Collection'”.

O trabalho reconhecido pelo Ministério da Cultura e internacionalmente tem um significado especial. A sobrinha de Ayrton Senna explica o conceito da obra e destaca detalhes do processo criativo. Tudo foi pensado com o objetivo de aproximar e confortar os fãs do também empresário. 

"A escultura, para mim, passa a ideia do espelho. Ela é toda espelhada e facetada, como se ela fosse uma multitude de espelhos, para que as pessoas possam se ver refletidas de volta. A minha ideia era um pouco na questão de uma inspiração que meu professor de desenho me falava, de que quando a gente fazia um retrato, ele sempre se parecer mais com a pessoa do que ela mesma. E quando ele falava isso, eu sempre achei um pouco difícil de entender. Mas na hora que eu fiz o retrato do Ayrton, que para mim era o Becão, eu pensei exatamente nisso. E o outro aspecto é a questão do herói. Para muitos, ele representa a figura de um herói, de uma pessoa que trouxe muita inspiração, garra e os aspectos luminosos da identidade brasileira para o mundo, que ele representou tão bem", conclui.