Em entrevista à CARAS Brasil, Diogo Vilela relembra bullying na infância e fala sobre início da carreira
A sensibilidade que Diogo Vilela (66) entrega nos palcos e nas telas tem raízes profundas em sua infância. Desde muito jovem, o ator, conhecido por papéis marcantes na TV, no teatro e no cinema brasileiro, encontrou nas artes cênicas um espaço de acolhimento, após vivências de exclusão e bullying — termo que, à época, nem existia.
“Comecei muito cedo indo à ópera e adorando cenários. Foi como se eu tivesse visto um mundo ao qual eu pertencia, porque eu era muito inadequado quando era pequeno”, desabafa o artista em entrevista exclusiva à CARAS Brasil.
Ainda criança, Diogo se destacou pelo talento e, aos 11 anos, passou em um teste para uma novela da TV Globo. Foi quando tudo mudou. “Aquilo me separou, foi um divisor de águas. Mas também sofri bullying, que na época não tinha nome e eu achava que tinha que aguentar aquilo, que era obrigado. Perdi amigos porque era uma criança que atuava e eles não tinham visto isso.”
Apesar da dor, o ator enxerga evolução no olhar da sociedade: “Olha como o mundo melhorou neste ponto, só de a gente perceber e passar a averiguar as sensações que a outra pessoa sente quando é oprimida. Mas aquilo também me deu força.”
Mesmo com o sucesso e a longa trajetória artística, Diogo Vilela revela que seu universo interior sempre foi seu principal refúgio. “Eu vivi meio alijado das coisas do mundo. Era uma pessoa que tinha um mundo interior tão grande, que para mim o mundo exterior eu assistia, eu não pertencia. Até hoje sou assim.”
Para o ator, o teatro não é apenas profissão, mas uma escolha de vida: “O que eu frequento está dentro da minha cabeça, que é o teatro. É uma escolha difícil, porque tem que ter muita energia, não pode ficar doente. Mas a gente adquire uma força.”