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Teatro: Lucia Torre vive uma relação falida

Os atores Ana Lucia Torre, Antonio Petrin e Luciano Chirolli mostram a crueldade das relações matrimoniais e comerciais na peça Seria Cômico se não Fosse Sério, em São Paulo

Redação Publicado em 12/04/2010, às 00h36 - Atualizado às 16h45

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Luciano Chirolli, Ana Lucia Torre e Antonio Petrin - Divulgação
Luciano Chirolli, Ana Lucia Torre e Antonio Petrin - Divulgação
Um casamento de 25 anos falido, com direito a ironias, brigas, desprezo, indiferença, mas imprescindível à sobrevivência do casal. Este é o pano de fundo que conduz a peça Seria Cômico se não Fosse Sério e leva o público a grandes reflexões. Ana Lucia Torre, que interpreta a personagem Alice, uma mulher frustrada e que leva uma vida medíocre ao lado do marido, passeia pelo palco com a maestria de quem sabe tão bem a arte da interpretação. "Alice retrata histórias de muitas mulheres que abdicam de sua vida para viver um casamento. Mas isso com o passar do tempo se torna um peso entre o casal e vai minando a relação", contou Lucia. Na outra ponta, o ator Antonio Petrin, na pela do ranzinza Edgar, leva para o palco a crueldade de uma relação desumana entre um homem e uma mulher e com total domínio dramatúrgico eleva o pensar da platéia, ainda que entremeando com boas gargalhadas, e demonstra as identificações que vão se criando entre personagens e público. Afinal, quem não conhece um casal que vive uma relação cruel, mas preservada pelas cobranças sociais?! E se Friedrich Dürrenmantt, autor alemão, quis satirizar as relações humanas, também o fez com as relações do mundo dos negócios. E aí, fechando o triângulo no palco, Kurt, vivido pelo ator Luciano Chirolli, entra no jogo das agressões verbais e os espectadores testemunham diálogos dignos de um ringue de boxe. E de fato, a peça se passa em rounds, quando cada um aplica pequenos golpes, e baixos. Esta divisão criada pelo autor confere uma dinâmica à peça, tornando um tema tenso em uma prazerosa reflexão sobre os sentimentos e comportamentos humanos. A peça, com direção de Alexandre Reinecke, cenografia de Márcia Moon, figurino de Cássio Brasil, direção musical de Elaine Giacomelli e Eduardo Contrera está em cartaz até dia 30 de maio no teatro Tucarena, em São Paulo, às sextas, sábados e domingos.