SIMONAL REVIVE NO PALCO
ASTROS DA MPB EM TRIBUTO AO REI DO SUINGUE
Redação Publicado em 18/08/2009, às 16h53 - Atualizado às 17h09
Grande nome da música brasileira nos anos 1960 e 70, Wilson Simonal (1938-2000) ganhou homenagem bem fiel ao seu espírito irreverente e festeiro na gravação do DVD Baile do Simonal - Uma Noite de Alegria, Balanço e Suingue, no Vivo Rio. O cantor, que caiu no ostracismo na década de 1980 após ter sido acusado de colaborar com o regime militar, vem sendo relembrado na trilha do sucesso do documentário Ninguém Sabe o Duro Que Dei, de Claudio Manoel (50), Micael Langer (33) e Calvito Leal (30). Dono de interpretação diferenciada, que inspirou o apelido de Rei do Suingue, o estilo de Simonal deu o tom da performance dos cantores que se revezaram no palco da casa de espetáculos carioca. "Ele conseguia ser extremamente popular e tocar o coração de todos. O poder do menino pobre que cresceu e pôde ser alguém na vida através de seu talento é algo fantástico. Essa diversidade de hoje é realmente a cara do meu pai", emocionou-se Simoninha (45), que organizou o show ao lado do irmão, Max de Castro (36).
Amiga da família, Maria Rita (31) definiu Simonal como um pioneiro do pop. "Acho impressionante o carisma que ele tinha no palco, dominava a plateia, interagia com ela de uma forma que não existia antes. Além da preocupação com a sofisticação do som. Ele era realmente fera", desmanchou-se a cantora, que vestiu longo azul para interpretar o sucesso Que Maravilha. "A roupa tem tudo a ver com a música, passa alegria e movimento", comparou. Com visual mais modernoso, Fernanda Abreu (47) caprichou na ginga carioca durante A Tonga da Mironga do Kabuletê. "Como ele veio da bossa nova, estabeleceu a relação da música negra americana com a MPB", analisou ela, ao lado da apresentadora Maria Paula (38), que foi prestigiar o "baile".
No palco, Caetano Veloso (66) relembrou sua história com o homenageado. "Ele foi o primeiro artista fora da minha família a gravar uma música minha, De Manhã, em 1965", orgulhou-se o baiano que, ao cantar Remelexo, esqueceu a letra. "A canção é minha, a letra é minha e o Simonal lançou numa gravação espetacular. Ele cantou tão bem e eu, tão mal", lamuriou-se. Filho de Caetano, Moreno Veloso (36) também participou do espetáculo com a Orquestra Imperial. Com as vocalistas Nina Becker (35) e Thalma de Freitas (35), ele reviveu Terezinha. "Ninguém precisa ensinar a gente a gostar das grandes figuras da música, se aprende naturalmente", disse Moreno.
Muito emocionada, Sandra de Sá (53) revelou que atendeu a um pedido de Simoninha. "Ele disse que eu poderia cantar o que quisesse, mas gostaria que fosse Balanço Zona Sul. Tenho uma relação emocional forte com Simonal, fui a última pessoa a gravar com ele antes de sua morte. Ele era verdadeiro, isso é o que vale", comoveu-se Sandra.