Teste genético permite descobrir o risco de uma pessoa se tornar calva
por Patrícia Guedes Rittes* Publicado em 22/09/2010, às 15h52 - Atualizado às 15h53
Uma das principais novidades apresentadas na última reunião anual da Associação Americana de Dermatologia, em março, em Miami, nos Estados Unidos, foi um teste genético que permite descobrir o risco que homens e mulheres têm de desenvolver a alopecia androgenética (AGA), doença mais conhecida popularmente como calvície.
O teste, criado por um laboratório americano, já pode ser feito no Brasil. Consiste em apurar se uma pessoa tem a possibilidade de desenvolver a calvície por meio da análise de seu DNA. Para isso, coleta-se uma amostra de células circulantes em sua saliva. Com uma espécie de cotonete, o médico dermatologista apanha uma porção de saliva na lateral da boca da pessoa. Deixa o "cotonete" secar e o armazena em um tubinho plástico. Manda o material, então, à filial brasileira do laboratório, que o envia à sede, nos Estados Unidos, onde o teste é realizado. O resultado chega para o médico por e-mail.
O teste verifica se o homem ou a mulher têm a variante genética de maior ou de menor risco para calvície. Homens que não sabem se os pais tiveram AGA e apresentam teste genético negativo têm 70% de chance de não desenvolvê-la; se o teste dá positivo, têm 70% de risco de desenvolver AGA. Já aqueles cujos pais não têm história da doença e o teste dá negativo apresentam 90% de chance de não desenvolvê-la; se o teste dá positivo, têm 70% de possibilidade de não desenvolver AGA. Homens cujos pais têm AGA e o teste é negativo apresentam 50% de chance de não desenvolvê-la; e se dá positivo, o risco de a desenvolverem é de 80%.
O laboratório criou para as mulheres uma linha de risco para a alopecia androgenética, com números em ordem decrescente que vão de 24 a 19, para baixo risco, e de 18 a 13, para alto risco. Assim, o resultado do teste delas é um número. Mulheres com número maior que 23 têm 98% de chance de não desenvolver AGA; e as com número maior ou igual a 19 têm 63% de possibilidade de não desenvolvê-la. Aquelas que recebem número menor ou igual a 18, de outro lado, têm 71% de risco de apresentar AGA; e as que recebem número menor ou igual a 13 têm 91% de possibilidade de desenvolvê-la.
Segundo a literatura médica, a alopecia androgenética é comum no homem e infreqüente na mulher. Trata-se de uma moléstia genética, ou seja, a pessoa herda dos pais a alteração em pelo menos quatro genes que favorecem seu desenvolvimento. Ainda não se sabe exatamente como, mas o hormônio masculino testosterona, presente em pequena quantidade também na mulher, colabora para a destruição do bulbo formador do cabelo e o aparecimento da calvície.
Infelizmente, a maioria das pessoas só procura o médico para se tratar quando seus cabelos começam a rarear. Não deve mais ser assim. Quem se preocupa com o problema pode, a partir de agora, consultar um dermatologista já na adolescência, fazer o teste genético e saber se apresenta risco de se tornar calvo. É possível tratar e evitar a perda generalizada dos cabelos. Também já é possível fazer um teste para saber se o organismo da pessoa responde bem à finasterida, substância presente na maioria dos medicamentos utilizados. Caso não responda bem, o médico adota outras alternativas de tratamento.
Este site utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar sua experiência. Ao continuar navegando, você aceita as condições de nossa Política de Privacidade