Por volta de 70% da população do país ainda não usa protetor solar
por Cláudio Mutti* Publicado em 25/05/2010, às 11h35 - Atualizado às 11h35
Dados de abril da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) revelam uma situação preocupante: 70% dos brasileiros ainda não usam protetor solar nem quando vão à praia. As mulheres, segundo a SBD, são mais cuidadosas do que os homens: 36,6% delas usam protetor, contra 20% dos homens. Por isso, eles têm mais câncer do que elas. Como se vê, ainda temos muito a fazer para conscientizar os brasileiros sobre a necessidade de usarem protetor diariamente.
O uso de filtro solar é a melhor forma de se evitar o envelhecimento precoce da pele e o câncer. A substância deve ser passada meia hora antes de sair ao sol e, se a pessoa vai à praia ou à piscina, precisa repassá-la de duas em duas horas.
A pele, vale relembrar, é o maior órgão humano. Tem a funcão de evitar que agentes externos penetrem no organismo e causem danos a suas estruturas internas; impedir a perda de fluidos e sais minerais; regular a temperatura; perceber e transmitir ao cérebro as informações de calor, frio, dor e tato; e secretar a gordura que a protege.
O principal causador do envelhecimento precoce e do câncer são os raios ultravioleta do sol. Os cânceres de pele são: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. O carcinoma basocelular é o tipo mais comum, representando 70% dos casos. Aparece especialmente após os 40 anos em pessoas de pele clara. Surge mais nas regiões do corpo mais expostas ao sol. Seu aparecimento está ligado à exposição solar acumulada ao longo da vida. Não causa metástase, mas pode destruir os tecidos à sua volta, atingindo até cartilagens e ossos.
O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum de câncer da pele, representando 25% dos casos. Pode disseminar-se pelos gânglios e causar metástase. Surge mais no terço inferior da face, orelhas, couro cabeludo, antebraços, dorso das mãos, pernas e lábio inferior. Entre suas causas está a exposição excessiva ao sol, tabagismo, exposição a substâncias químicas com arsênio e alcatrão e baixa imunidade.
O melanoma é o tipo mais perigoso, com alto potencial de se espalhar pelo organismo. Se não for diagnosticado e tratado no início, pode levar à morte. É mais comum em pessoas de pele clara e sensível, mas negros não estão livres dele. Em geral inicia-se como uma pinta escura. Na maioria das vezes, aparece no homem no tronco e na mulher, nos membros inferiores; mas às vezes surge em outras partes.
São diagnosticados cerca de 120000 novos casos de câncer de pele no Brasil todo ano. Desse total, 5% são melanomas. O câncer de pele representa 25% dos casos de câncer no país.
No consultório, o médico pode lançar mão do dermatoscópio para aumentar a lesão e ajudar no diagnóstico. Caso suspeite que seja câncer, confirma com biópsia.
"O que posso fazer em casa para identificar alterações suspeitas em minha pele?", você pode estar se perguntando. Examine sua pele pelo menos uma vez por mês, à procura de algo suspeito. Caso encontre, consulte um dermatologista. "E o que pode ser considerado suspeito?" Para auxiliar na identificação, siga a Regra do ABCD. São mais perigosas manchas ou pintas assimétricas, de bordas irregulares e várias cores, com diâmetro maior do que 6 mm. Felizmente, o encontro de alterações suspeitas não significa que seja câncer, mas sim que você deve procurar orientação médica.
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