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Sangramentos menstruais excessivos podem ser tratados com uma cirurgia

Redação Publicado em 17/04/2012, às 12h02 - Atualizado às 12h05

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Chama-se menstruação o sangramento fisiológico que ocorre em média a cada 28 dias na mulher desde a puberdade, quando ela não fica grávida. Tem início por volta dos 12 anos e termina com a menopausa, ao redor dos 50. Em geral a menstruação dura três a oito dias. Uma parte das mulheres, porém, apresenta sangramento anormal às vezes abundante, o que as incomoda muito e ainda as coloca sob o risco de desenvolver anemia.

Essas mulheres, claro, devem consultar seu ginecologista. Sangramento aumentado pode tãosomente resultar da adaptação de um organismo adolescente, ainda não totalmente formado, ou constituir-se em informação à mulher madura de que está entrando na menopausa. Mas pode também ser sinal de doenças endócrinas ou da coagulação sanguínea; de pólipos uterinos, que são projeções benignas do endométrio, camada interna do útero; de miomas, que são tumores benignos; e até câncer endometrial. Todas essas doenças têm tratamento específico com medicamentos ou cirurgia, a depender do caso e dos sintomas.

Há várias formas de tratar mulheres com sangramentos anormais de origem benigna, desde comprimidos anti-inflamatórios até hormônios como pílulas anticoncepcionais, que interferem no crescimento do endométrio e na intensidade do fluxo, podendo até mesmo bloquear a menstruação. Toda medicação pode ter efeitos colaterais e só deve ser usada sob orientação médica. O tratamento hormonal, por exemplo, aumenta o risco de infartos e derrames principalmente depois dos 40 anos. 

Nas mulheres em que foi descartada uma causa específica para o sangramento, mas têm a qualidade de vida comprometida e correm o risco de desenvolver anemia por conta da menstruação abundante, pode-se fazer a ablação endometrial histeroscópica.

Ablação é a retirada do endométrio. Já histeroscópio é um equipamento que permite visualizar o interior do útero tanto para diagnosticar doenças como para tratá-las com cirurgia. Ablação endometrial é, pois, a retirada do endométrio por cirurgia com o objetivo de eliminar os incômodos sangramentos anormais benignos.

O procedimento, que dura por volta de 40 minutos, é feito em hospital com anestesia geral ou raquidiana, na maioria dos casos em apenas um dia de internação.Tem cobertura dos planos de saúde e está disponível também no serviço público. A mulher fica em posição ginecológica e anestesiada. Então se introduz o equipamento pela vagina e se chega à região interna do útero pelos orifícios naturais da mulher. O histeroscópio permite ao mesmo tempo ver, cortar e retirar o endométrio, cauterizando os tecidos para estancar o sangramento.

Toda cirurgia, como se sabe, tem risco, seja pela anestesia, seja pelo ato cirúrgico em si. Por isso, para realizar a ablação a mulher precisa passar antes por uma avaliação médica completa. Com o procedimento, ela não menstrua mais ou menstrua muito pouco até chegar à menopausa. Mas é preciso lembrar que a ablação não é um método anticoncepcional e só pode ser realizada em mulheres que já têm filhos. O fundamental é que, com a retirada do endométrio, sua qualidade de vida melhora consideravelmente.