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Salgueiro faz tributo à Caras ao explorar a fama como tema

Escola, patrocinada pela cerveja Itaipava, leva fama à Sapucaí

Redação Publicado em 15/02/2013, às 04h55 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Comissão de frente: A Nossa Divina Comédia da Fama com a limusine e Chacrinha. - -
Comissão de frente: A Nossa Divina Comédia da Fama com a limusine e Chacrinha. - -

A saudação de ‘É campeão!’ e o refrão ‘Tá na capa da revista, o meu pavilhão...’ na boca do público do setor 1, à entrada da Marquês de Sapucaí, foram aditivos para o Salgueiro apresentar um desfile eletrizante no ano em que completa seis décadas de história. Primeira mostra de mais um trabalho idealizado com inventividade e luxo pelo casal de carnavalescos Renato Lage (63) e Márcia Lage (52), a comissão de frente, batizada de A Nossa Divina Comédia da Fama, deu início ao espetáculo da escola, pouco depois das dez da noite de domingo, dia 10, e sintetizou o enredo sobre o universo das celebridades, que homenageou os 20 anos de CARAS. No alto de uma limusine vermelha e brilhante cercada por bailarinos formando um grupo de fotógrafos e seguranças, o ator Marcelo Torreão (48) representava um dos maiores comunicadores do país, o Chacrinha (1917-1988). “Como bailarina, sempre fico mais atenta às comissões de frente, até porque são meus colegas de trabalho que coreografam. O Hélio Bejani foi criativo e teve bom humor”, disse Ana Botafogo (55), referindose ao diretor artístico do Ballet do Theatro Municipal do Rio, onde é primeira bailarina. A vibração da artista contagiou o ator Marcos Frota (56). “Não tem como não torcer pelo Salgueiro, porque ele traz a história deste universo que todos nós vivemos, de artistas, mídia, celebridades”, justificou Frota, ao lado de Michel Teló (32) e Thais Fersoza (28), que têm um motivo a mais para se alegrar nesta época do ano. “Conheci o Michel no carnaval do ano passado e a gente pode provar para todo mundo que amor de carnaval existe, sim, e pode durar muito”, assegurou Thais.

Além da irreverência, a agremiação, que já revolucionou o carnaval carioca com o trabalho de gênios do porte de Fernando Pamplona (86) e Joãosinho Trinta (1933-2011) e conquistou nove títulos do grupo principal, o último deles em 2009, veio com um desfile altamente tecnológico para mostrar a luta do homem visando preservar sua imagem do esquecimento. O carro abre-alas, intitulado Grande Angular, era uma máquina fotográfica gigante, com 200 m2 de painéis de Led e figuras de seguranças de seis metros de altura. A alegoria encantou os casais Fernanda Pontes (29) e Diogo Boni (33) e Nanda Ziegler (30) com Alexandre Avancini (47). “Vamos torcer. O desfile de hoje é especial, tem a homenagem à CARAS”, enfatizou Avancini, diretor da série bíblica José do Egito, da Rede Record.

Luzes de Led também iluminavam a fantasia de Gleice Simpatia (30). Costureira, ela participou da confecção da roupa com que evoluiu ao lado do seu par no sambódromo, Sidclei Santos (36). Há três anos como o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, os dois representavam o Estrelato, como segurança e celebridade. “Todo mundo fala sobre emoção na avenida, mas a gente coloca a razão acima de tudo. Temos uma responsabilidade muito grande, mas o Salgueiro é a minha vida, então essa obrigação é aliviada pelo prazer de representar a minha escola”, disse Sidclei, que perdeu 16kg para desfilar e chamou a atenção por estar sem qualquer acessório na cabeça, mais uma inovação dos carnavalescos.

A passagem da terceira alegoria, Baile das Máscaras, com destaques fantasiados como no carnaval de Veneza, foi admirada do camarote CARAS por Giulia Gam (46). A atriz, no elenco da próxima novela das 7, Sangue Bom, com previsão de estreia em abril, lembrou que a primeira vez em que saiu na avenida foi no Salgueiro. “Eu fazia a Jocasta na novela Mandala, de 1987, e a escola falava sobre a Grécia. Quando vi, estava desfilando e foi uma das coisas mais emocionantes e impressionantes que vivi. Acho bonito o espetáculo, que lembra um grande teatro de rua”, contou Giulia para Bia Seidl (51) e a filha, Miranda (14), e o empresário José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (77), o Boni, cotado para ser tema do próximo desfile da Beija-Flor.

Com coletes da Diretoria, que traziam estampados ícones dos anos 1960, como os quatro Beatles, Marilyn Monroe (1926-1962) e Jacqueline Kennedy (1929- 1994), Fernanda Rodrigues (33) e seu marido, Raoni Carneiro (31), saíram no chão, assim como o ator Eri Johnson (52), salgueirense fervoroso, que desfila há 27 anos na vermelho e branco. Eles formaram um animado grupo juntamente com o casal Thaila Ayala (26) e Paulinho Vilhena (34), de barba para interpretar um assaltante na minissérie A Teia, prevista para estrear ainda neste semestre. “Acho o tema do Salgueiro maravilhoso. Não tenho certeza, mas acredito que nunca tenha sido abordado. E dizem que sou pé-quente”, disse o ator, que desfilou na última vez em que a escola foi campeã, em 2009. “Vim para o Sal gueiro por meio do Eri Johnson, antes de namorar a Fernanda. Os artistas são a matéria-prima, o universo que CARAS aborda. Nem sempre gosto da fama, mas adoro CARAS!”, emendou Raoni. No Camarote da revista, outros igualmente empolgados com a vermelho e branco eram os atores Bianca Castanho (33) e Marcos Caruso (60), o diretor Jayme Monjardim (56), que fez uma pausa nas gravações de Flor do Caribe, próxima novela das 6, com estreia em março, e sua mulher, Tânia Mara (30). “Sempre que precisei, CARAS esteve comigo. E eu sempre estarei com ela. É uma coisa de fidelidade, de coração. Participei da história da revista e vou continuar participando com muito carinho”, elogiou Jayme, enquanto a avenida acompanhava a entrada da quarta alegoria, Atelier. O carro homenageou o local de trabalho dos grande pintores renascentistas, com imagens de personalidades e quadros da época, como a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci (1452-1519), e mostrou a importância dos retratistas antes do surgimento da fotografia. O tributo aos pintores também se estendeu às baianas. Com saias vermelha e laranja, as componentes da ala presidida por uma das personalidades marcantes do Salgueiro, Maria da Glória Lopes de Carvalho (66), a Tia Glorinha, representaram Tarsila do Amaral (1886-1973), expoente do movimento modernista brasileiro, e a Semana de 22. A fan tasia, chamada de Tarsila, Antropologicamente, trazia como detalhes as imagens dos rostos dos quadros da artista na saia. Muito unida, a família do ator Herson Capri (60) prestava atenção à aula de cultura que tomou conta da Marquês de Sapucaí por 80 minutos, tempo que a escola levou para percorrer os 700 metros até a Praça da Apoteose. Além do lazer conjunto, o ator, que estará na novela Sangue Bom, e sua mulher, Susana Garcia (42), pais de Lucas (15) e Luísa (11), também levam sua cumplicidade para a vida profissional. “No dia 8 de março, estreia, no Rio, A Entre vista, em que atuo com Priscila Fantin, sob a direção de Susana. Também estamos preparando um infantil para a nossa filha, Luisa, ser a protagonista. Só o Lucas não quer saber de artes, prefere  os esportes”, contou Herson,acrescentando que era a primeira vez dos filhos no sambódromo. “Eles estão muito empolgados”, disse, no momento da apresentação do quinto carro, Photoshopping, uma brincadeira com o programa Photoshop, que permite modificar imagens no computador. A alegoria, com um grande nariz à frente, aludiu à grande procura por cirurgias plásticas e outros métodos para modificar a estética. “O melhor amigo da mulher é o Photoshop, que tira as imperfeições. Eu mesma tenho celulite e estrias”, disse a funkeira Valesca Popozuda (34), destaque de chão com a fantasia Miragem. “Em dois meses, perdi 6kg e agora estou com 66kg, em 1,64m, 103cm de quadril e 59 de coxa. Não quero mais ser tão grande. Correr me ajudou a emagrecer”, destacou.

Como todos os anos, a bateria conhecida como Furiosa foi um dos pontos altos do desfile do Salgueiro. Desta vez, os 283 componentes estavam de boina e macacão vermelho com imagens de Che Guevara (1928-1967). Os instrumentos também traziam a figura de um dos líderes da revolução cubana (1959) eternizado na fotografia de Alberto Korda (1928-2001). “Desfilamos com vontade e garra”, ressaltou mestre Marcão (45), que teve entre seus ritmistas uma menina de 9 anos, Maria Eduarda da Silva, a Duda“Aprendi a tocar tamborim aos 5 anos. Meu contato com a música vem de bebezinha”, contou ela, em sua estreia na avenida.

A celebrada bateria marcou com precisão o samba, interpretado por Quinho, Serginho do Porto e Leonardo Bessa, que começa com os versos Tenho fama de fazer história por ser diferente..., em alusão ao lema da vermelho e branco: Nem Melhor, Nem Pior. Apenas uma Escola Diferente. E o Salgueiro se destacou tanto este ano, que saiu vencedor de dois troféus Estandarte de Ouro, conceituado prêmio do carnaval carioca dado pelo jornal O Globo: de Melhor Enredo, com Fama, e de Comissão de Frente.

Entre as alegorias apresentadas em um desfile visualmente perfeito, a sexta, que foi batizada com o nome em inglês de Pleasure Island, representou a Ilha de CARAS, em Angra dos Reis, litoral fluminense. Bastante colorido, o carro, com 18 metros de comprimento, mostrava um iate cercado por jet skis, com pessoas saradas e enormes guarda-sóis, em alusão a um local glamouroso e paradisíaco.

Também não faltaram musas na escola para conquistar o público. Além de Valesca, o trio Milena Nogueira (36), personal trainer e mulher do cantor Diogo Nogueira (31), com quem tem um filho, Davi (6), Mônica Nascimento e a rainha de bateria, Viviane Araújo (37). Em seu sexto ano à frente dos ritmistas da Furiosa, Viviane veio com uma fantasia superluxuosa, cravejada de cristais, simbolizando a inspiração diante da tela em branco de um pintor, que custou 200000 reais. O traje foi criado exclusivamente para ela. “Queria algo mais leve, para sambar com liberdade, poder cair na folia com o máximo de conforto”, explicou. Durante sua passagem, a estrela, que ganhou no ano passado o prêmio de 2 milhões de reais por sair vitoriosa no reality A Fazenda, da Record, tocou tamborim e passeou entre seus súditos ritmistas, mostrando bastante animação. “É o momento da minha vida, é único, sinto sempre um frio na barriga. Tento ficar o mais atenta possível para não acontecer nada, para eu não cair ou me machucar. Isso aqui é uma das coisas que mais amo na vida”, disse ela, que também revelou um dos seus grandes sonhos. “É desfilar grávida. Tomara que eu ainda consiga realizá-lo”, dese jou a linda Viviane, noiva do jogador Radamés (26).

A grandiosidade do último carro a cruzar a avenida, intitulado Salgueiro, Minha Paixão, Minha Raiz, que representou a empatia da escola com os temas afro, encerrou com chave de ouro o desfile da agremiação. Ao lado de suas respectivas mulheres, Cleo Ferreira (42) e Lila Rabello (60), os aclamados cantores e compositores Martinho da Vila (75) e Paulinho da Viola (70) elogiaram a riqueza cultural do evento. “O carnaval do Rio de Janeiro é, definitivamente, uma das melhores festas que acontecem no mundo. Estou maravilhado com isso”, exaltou Paulinho, homenageado no enredo da Portela, sua escola de coração, pelo seu septuagésimo aniversário.

Já Martinho viveu outro momento de grande emoção no carnaval. Ele comemorou os seus 75 anos na avenida, em pleno desfile da sua Vila Isabel. “É o maior aniversário da minha vida e o melhor presente que eu posso ganhar é ver a Vila campeã este ano”, disse ele, autor do samba vencedor do Estandarte de Ouro deste ano, A Vila Canta O Brasil Celeiro Do Mundo – Água no Feijão Que Chegou Mais Um..., em parceria com Arlindo Cruz (54), André Diniz, Tunico da Vila e Leonel. Martinho recebeu ainda o carinho de fãs como o ator Marcos Caruso (60). “Esse sujeito é genial”, disse ele, de férias da TV desde o fim da minissérie O Canto da Sereia, em janeiro.

Ao falar sobre o tema Fama, O Salgueiro também quis reverenciar seus baluartes como Djalma Sabiá (87), fundador da escola em 1953. E reverenciou ainda anônimos que ajudaram a reforçar a imagem da agremiação, responsável por enredos inesquecíveis, como Xica da Silva (1963), História do Carnaval Carioca – Eneida (1965) e Festa Para Um Rei Negro (1971), entre outros.