Eles recebem Troféu JK em soirée que laureia personalidades e festeja os 50 anos da Capital Federal
Redação Publicado em 30/04/2010, às 13h08 - Atualizado em 05/05/2010, às 07h59
Craques nos gramados e na música, respectivamente, Arthur Antunes Coimbra (56), o Zico, e Gilberto Gil (67) se encontraram na capital federal para uma ocasião muito especial. Os dois receberam o Troféu JK - O Empreendedor, Símbolo Máximo da Criatividade, Ousadia e Talento Brasileiro, entregue no Museu Nacional de Brasília. A noite - promovida pelo Centro de Integração Cultural e Empresarial de São Paulo (Cicesp), presidido pelo comendador Regino Barros (48) - premiou as personalidades da década em seis categorias: Esportes, Artes & Comunicação, Líderes & Estadistas, Música, Empreendedor e Especial. "É sempre bom ser homenageado ainda em vida e receber um troféu exaltando um ex-presidente da República e criador de uma cidade. É gratificante ser reconhecido por seu trabalho, ainda mais para mim, que dediquei toda a minha vida ao esporte", exultou Zico, que morou no Distrito Federal em 1990, quando foi secretário nacional de Esportes na gestão do então presidente Fernando Collor de Mello (60). Ex-ministro da Cultura do governo Lula, Gil também mostrou seu orgulho em ter sido apontado como um dos destaques do evento. "Estou muito agradecido por esta lembrança e quero desejar ainda mais sucesso a todas estas instituições. Que a imagem de Juscelino Kubitschek continue sendo um incentivo para novos encontros como este que premia valores nacionais", pontuou Gil, ao lado do diretor do Museu Nacional, Wagner Barja (58). "O Gil é prata da casa. Foi o ministro que democratizou a cultura e que nos ajudou a construir a programação deste museu. Esta cerimônia é mais que uma consideração a esta cidade, é um ato de solidariedade", ressaltou, empolgado, Barja.
A festa, comandada pelo alegre Regino, marcou também as comemorações oficiais do cinquentenário de Brasília. "Esta cidade foi feita por todos os brasileiros e tenho convicção de que aqui temos construtores, protagonistas, e não meros expectadores de Brasília. JK, Israel Pinheiro, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer transformaram um sonho em realidade e com isso fizeram outras pessoas sonharem também. Meio século se passou e Brasília ainda é um exemplo a ser seguido. Nosso objetivo hoje é exaltar o talento brasileiro e resgatar a importância da capital do Brasil", assegurou o co mendador, que também lau reou a revista CARAS, na ocasião representada pela jornalista Natália Lopes (38), ao conceder à publicação o título de Guardiã do Patrimônio Histórico Nacional.
Entre os homenageados na elegante festa estavam ainda Sandrinha Sargentelli (46) - sobrinha de Oswaldo Sargentelli (1923-2002), que deu continuidade ao trabalho do tio divulgando o samba com a Cia. Sandrinha Sargentelli -, a empresária e estilista Letícia Santini (23) e a vice-governadora do Distrito Federal, Ivelise Longhi (50). "O amor que temos por esta cidade é que nos move. Aqui, a forma segue a emoção. Brasília é tudo que queremos para o futuro, é a esperança, a realização do povo brasileiro", comentou Ivelise com a comendadora nacional do Cicesp Jupyra Barbosa Ghedini. "Nós amamos Brasília pelos filhos que gerou e pelos brasileiros e estrangeiros que ela recebeu. Esta cidade é o coração do Brasil", observou a simpática Jupyra.
Primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes (47) estava emocionado com sua premiação. "Estou muito contente com esta reverência e o carinho que tenho recebido por todos estes anos. E estar na capital federal hoje, recebendo o Troféu JK, é incrível. Me faz recordar quando estava no espaço e meu comandante ficou impressionado quando viu lá do espaço o traçado diferente de Brasília. Isso me levou a pensar que há 50 anos Juscelino conseguiu enxergar muito mais longe do que conseguimos enxergar, hoje, de uma estação espacial", filosofou o tenente-coronel Pontes, ao lado de dois outros reverenciados, o senador Adelmir Santana (64) e Erickson Blun (44), superintendente do Hospital Brasília. "O criador desta cidade não imaginava o que ela significaria no futuro. E esse é o conceito, a representação do espírito empreendedor. Pessoas que têm uma visão única, além de nós. Brasília modificou a vida de todos nós e devemos isso a JK", lembrou o parlamentar. Além de mestre de cerimônias da solenidade, Ricardo Macchi (40) estava exultante por ser agraciado na categoria Empreendedorismo, como o maior produtor individual sócio-cultural ambiental. "Faço documentários desde 2003 e é muito difícil ser produtor cultural neste país. Estou terminando o meu 21º documentário de educação ambiental e este é o primeiro reconhecimento que estou tendo nesta área", revelou Macchi.
Além de aplaudir as personalidades homenageadas, os cerca de 600 convidados da badalada recepção ainda puderam curtir o show de artistas como o maestro e violonista Robson Miguel (50) e os cantores Viviane Vieira (26) e J.J. Jackson (68), que animaram o público com um repertório composto por Aquarela do Brasil, I Feel Good e Peixe Vivo - uma das músicas favoritas de JK. "É muito bom poder participar desta noite, porque para o Cicesp não interessa se você é branco, índio ou negro, o que importa é a raça humana. Isto é extremamente importante porque as pessoas são respeitadas pelo seu talento", ressaltou o maestro Robson, contemplado na categoria Música e que encantou a plateia vip com seu talento ao tocar violão.
Um momento de muita emoção foi o tributo in memorium feito ao cantor e compositor Renato Russo (1960-1996), um dos símbolos do movimento cultural que alçou Brasília, nos anos 1980, à condição de capital do rock brasileiro. Quem recebeu a láurea foi a mãe do artista, Maria do Carmo Manfredini (72), mais conhecida como dona Carminha. "Brasília era uma inspiração para Renato. E ele tem uma frase de que gosto muito: 'É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.' E é assim que vejo Brasília, é assim que ela recebe a todos nós. Os que já estão aqui e os que ainda virão. Agradeço pela lembrança", concluiu dona Carminha, com os olhos marejados e erguendo com altivez a estatueta idealizada pelo escultor Hildebrando de Lima (63), representação máxima do prêmio.
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