O que são os fitoterápicos, que logo poderão estar disponíveis no SUS
Marcos Roberto Nogueira Publicado em 21/06/2007, às 15h16 - Atualizado em 30/06/2010, às 15h51
O Decreto no 5 813, da Presidência da República (2006) criou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Representantes do Ministério da Saúde e de outros nove ministérios, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Fundação Oswaldo Cruz, após 120 dias de trabalho, estabeleceram o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, cujo objetivo é garantir à população o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos. Essas ações objetivam pôr também os fitoterápicos à disposição da população no Sistema Único de Saúde (SUS).
A fitoterapia é um tipo de Medicina complementar tão antiga quanto a história humana. Fitoterapia é o uso de substâncias extraídas de plantas para a prevenção e o tratamento de doenças. Muitas dessas mesmas substâncias, vale destacar, são usadas pela Medicina tradicional e pela homeopatia na produção de remédios.
Durante milênios, os fitoterápicos foram empregados só em suas formas tradicionais:
Ï Chás. Fervem-se as ervas inteiras ou em partes em água ou se despeja água fervente sobre elas e se abafada por um tempo.
Ï Emplastro. Macera-se a erva em um pilãozinho ou tigelinha para que libere o sumo. Coloca-se então a substância em gaze e se aplica em determinada parte do corpo.
Ï Tinturas. Põe-se a planta de molho emálcool para que libere seus princípios ativos.
Ï Xaropes. Faz-se uma infusão. Junta-se mel e se ferve para aumentar a concentração.
A fitoterapia sempre foi usada de maneira empírica, ou seja, sem nenhum tipo de comprovação científica de sua eficácia. Via-se que uma planta parecia curar determinada doença, a informação se espalhava e, assim, a fitoterapia se disseminou como uma forma de prevenção e tratamento de problemas de saúde. Nas últimas décadas, os grandes laboratórios resolveram encampar essa "ferramenta" terapêutica, fazer pesquisas científicas e, com base nos resultados, fabricar medicamentos. Hoje, vários deles já contam com remédios de eficácia comprovada que cobrem parte das necessidades humanas, não todas. Esses produtos estão disponíveis em farmácias de muitos países, incluindo o Brasil, e vêm sendo indicados cada vez mais por médicos.
As pessoas devem ter com os fitoterápicos os mesmos cuidados que observam em relação ao remédios sintéticos, ou seja, tomar apenas quando prescritos por médico, na quantidade e pelo tempo especificados. Os fitoterápicos em geral têm ação terapêutica mais suave e menos efeitos colaterais. Mas eles devem ser levados em conta. Do contrário, em vez de melhorar, o quadro do paciente pode até se complicar. E mais: há substâncias que podem produzir efeitos colaterias discretos em algumas pessoas e ser fatais para outras, porque seu
organismo é sensível a elas.
Os medicamentos fitoterápicos são utilizados para complementar a ação dos sintéticos ou sozinhos. Venho usando alguns nas doenças otorrinolaringológicas com ótimos resultados.
Dou a seguir três situações emblemáticas:
Ï para evitar que as viroses nas vias aéreas superiores se compliquem e surjam infecções bacterianas como amigdalite, sinusite e otite;
Ï para evitar recidivas em idosos com labirintite por problemas circulatórios que tenham sido tratados com remédios sintéticos;
Ï e alternados com remédios sintéticos para evitar recidivas e diminuir os efeitos colaterais em portadores de rinite alérgica.
Claro que existem muitas outras situações nas quais os fitoterápicos podem ser úteis. Se você quiser saber se são uma alternativa para o seu caso, consulte o seu médico.
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