CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

O ESCRITOR JOÃO UBALDO RIBEIRO COM SUA FAMÍLIA

O IMORTAL ABRE SUA INTIMIDADE EM ITAPARICA, NA BAHIA, LOCAL QUE INSPIRA SEU PRÓXIMO LIVRO

Redação Publicado em 10/02/2006, às 12h08

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
A felicidade de Ubaldo e seu clã.
A felicidade de Ubaldo e seu clã.
por Valdemir Santana João Ubaldo Ribeiro (65) fez o público se tornar íntimo de Itaparica, a maior ilha da Bahia, graças a livros como Viva O Povo Brasileiro e Sargento Getúlio, que escreveu inspirado no lugar. O que o escritor nunca havia mostrado é a sua intimidade naquela porção de terra localizada na Baía de Todos os Santos, diante de Salvador. Ali, onde nasceu e morou por vários períodos, ele sempre tem aquele jeito relaxado de quem parece nunca tirar os pés da terra - famosa por suas praias bucólicas, resorts de porte internacional e histórias de guerras como a Independência da Bahia e a expulsão dos holandeses. É essa intimidade que o imortal revela agora, ao retornar à lendária casa da Rua do Canal, construída por seus avós. Nesta temporada, houve até festa na praça para comemorar seu aniversário. "Vim terminar de escrever o meu novo livro, mas ninguém deixa, querem me transformar em celebridade", se queixa ele, bem-humorado. Ubaldo também não conta nos livros o segredo de sua tranqüilidade: os momentos de paz desfrutados ao lado da mulher, Berenice (55) - com quem está casado há 27 anos -, das filhas, Emilia (35), Manuela (31) e Chica (21), e do filho, Bento (24). Em Itaparica, o pensador, conhecido pelas crônicas sobre o cotidiano do país e críticas à política, parece só se interessar pelo lado bom de viver. - O talento para pensar a vida brasileira o ajuda a fazer seu casamento dar certo? João - Não penso coisa alguma para meu casamento dar certo. Não me preocupo, vai acontecendo. - Mas dá certo, não? João - São 27 anos de vida a dois. Eu gosto do meu casamento, a Berenice também. Digo brincando que funciona porque ela é mandona e sempre sabe o que fazer, e eu obedeço. Berenice mostra o que está bem ou não, e vamos acertando. Não tem coisa melhor que seguir nesse rumo. Gostamos de estar juntos. Berenice - Administramos rotinas diferentes, mas sabemos como conciliá-las. Ele é muito disciplinado e se tranca no escritório, que eu chamo de "bat caverna", para trabalhar. Tem um supercomputador, DVD, televisão, som, enfim, toda a parafernália que quer, sempre à mão. No Rio, onde moramos, João não gosta de fazer coisas como ir a um cineminha. Eu, no entanto, adoro, e vou, não perco. Saio, trabalho, faço o que quero. Se estamos juntos é outra história. - Estavam juntos quando ele enfrentou o alcoolismo, em 1993? Berenice - Sem dúvida, totalmente. Quando ele me conheceu eu era fisioterapeuta. Casamos e virei dona-de-casa. Em 1993, decidi voltar a trabalhar, e fiz formação para psicanálise. Coincidiu com o período em que ele teve problemas de saúde, e usei os meus conhecimentos para poder ajudá-lo. - Como será o seu próximo livro? João - Não gosto de ficar falando sobre uma nova obra. Só vou contar uma coisa: o livro é sobre Itaparica, com fatos que se passaram em várias épocas. Fica pronto este ano. O problema é que eu não consigo trabalhar em paz, como gostaria. Não sei o que está acontecendo, mas em vez de escrever fico falando (risos).