Por Bia Paes de Barros Publicado em 02/03/2011, às 11h58 - Atualizado às 16h04
O conceito de feminilidade pode algumas vezes ser ofuscado pelos clichês do romantismo e de tudo aquilo que se espera de uma mulher com essa característica. Rendas, plissados, bordados, florais e tons pastel certamente fazem parte do seu universo. Porém, a maneira como esses detalhes se misturam e se apresentam faz toda a diferença. Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo Piccioli vêm marcando sua trajetória à frente da Valentino pela capacidade de trabalhar transparências e frufrus de forma moderna e inesperada. E o melhor: nada causa estranheza, nada parece ser demais ou estar fora do lugar. Começando pelos curtos em organza, que se destacam por seus precisos decotes embabadados e confirmam a proposta de peças lisas e sem brilho para um visual noite arrebatador. Ainda nos modelitos acima dos joelhos, o tradicional chemisier ganha delicados bordados e transparências pontuais nos decotes e nas mangas, num sutil jogo de esconde-e-mostra. Pautando seu desfile por essa sensualidade velada, a dupla alonga suas saias e desmitifica a regra dos volumes. A elegante escolha "bordados versus tons clarinhos" e a modelagem "limpa" na região dos quadris - com babados que só aparecem mais abaixo - deixam a silhueta longilínea e proporcional. Decotes comportados, cinturinhas marcadas e sandálias metalizadas finalizam os looks com toda a delicadeza esperada. Isso sem falar nas flores aplicadas sobre os tecidos, para obter texturas e mix de cores na medida certa desta nova romântica assumida. Ela usa e abusa de todos os clichês, mas passa longe de se tornar previsível. Pelo visto, a sensualidade e a inocência podem e devem andar juntas.
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