Tudo igual, tudo diferente.
Há muito tempo não se via tamanha expectativa em torno de uma estreia. Depois da saída do controverso John Galliano e de muitas especulações sobre quem o substituiria, Raf Simons enfim assume em grande estilo uma das mais importantes maisons do mundo. Sob o cenário totalmente coberto por flores — verdadeira obsessão do próprio Christian Dior — e aos olhos de uma plateia ilustre, com nomes como Marc Jacobs e Alber Elbaz, o designer alia a atmosfera tradicional ao seu evidente talento para modernizar o clássico. Sem dúvida, o maior e eterno desafio de uma marca com tantas décadas de história. E que história! Referindo-se exatamente a ela, o designer escolhe como abertura de seu desfile um visual pra lá de icônico: um terninho preto com blazer de modelagem ampla nos quadris, numa menção à jaqueta “Bar”. Tudo para abrir sua trajetória no melhor estilo “New Look” possível. Aquele visual bem anos 1950, conhecido pela marcação de cintura e silhueta ultrafeminina. Esse seria só o começo de uma série de peças que se referem à inconfundível estética que fez do DNA da label algo tão marcante. A busca incessante de Raf Simons pela construção perfeita de uma roupa aparece representada também pelos vestidos evasê com bordados de veludo e efeito tridimensional, ou ainda nos modelitos retos com jeitão de saia e blusa adornados por grafismos multicoloridos. E, como uma deliciosa maneira de transformar a alta-costura em algo mais jovem e atual, calças bem sequinhas são usadas com tops longos para um efeito noite de gala cheio de atitude. Afinal, o que seria do clássico sem a vontade de transformá-lo?