Em casa, a atleta Maurren Maggi comemora o ouro conquistado nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara com a única herdeira, Sophia
Com unhas impecáveis e make up leve, Maurren Maggi (35) literalmente arrasou no pódio dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, onde conquistou o tricampeonato no salto à distância. “Sou muito vaidosa, gosto de passar gloss, rímel incolor, perfume e creme nas mãos e pernas antes das provas. Este é um esporte masculinizado. Então, tento dar uma melhorada no visual”, diz a atleta, que confirmou o favoritismo ao alcançar 6,94m. “Foi perfeito! Esse pódio e essa medalha têm um sabor especial, sou a única tricampeã pan- americana da categoria”, celebra a atual campeã olímpica, campeã também do Pan de Winnipeg, em 1999, e do Rio, em 2007, comemorando a vitória com Sophia (6), filha com o ex-piloto da Fórmula 1 Antônio Pizzonia (31), hoje correndo na SuperLeague Formula, de quem se separou em 2006.
“A pior parte das grandes competições é ficar longe da Sophia, somos muito companheiras e não é sempre que ela pode ir comigo. Ela tem de estudar e eu tenho de ficar concentrada”, lamenta Maurren, entre brincadeiras com a esperta herdeira. “Somos parecidas, temos os mesmos gostos e fazemos tudo juntas. Às vezes ela treina comigo, já entende as regras do salto, mas diz que quer ser médica, cantora e astronauta”, diverte-se ela, no iluminado e bem decorado dúplex onde mora com a filha há três anos, em bairro nobre na região sul de São Paulo. “Mas quero que ela pratique esportes, nem que seja por hobby. Já estou pensando no seu potencial, que tem o DNA forte para isso”, completa Maurren, cujo lazer favorito é ficar em casa. “Sou totalmente caseira, adoro ficar aqui, fazer churrasco, chamar os amigos. Para mim, o melhor lugar de SP é a aqui”, diz ela, que só sossegou quando deixou o lar como sonhara. “Reformei o apartamento inteiro, mexi em tudo para ficar como eu queria”, revela.
Maurren fez ginástica olímpica dos 6 aos 16 anos, quando começou a treinar com Nélio Moura, parceria que dura até hoje. “Nesses anos todos, conquistei mais de 500 medalhas. Para mim, a mais especial é a das Olimpíadas de Pequim”, diz, citando o ouro de 2008, quando Sophia a acompanhou. “É sempre muito bom quando ela está comigo, me dá mais força, é muito melhor com ela por perto. Tentei levar o Leão ao pódio também, mas o barraram”, lembra a supersticiosa atleta, que leva o já famoso pet de pelúcia da sorte em todas as competições. “Eu o comprei na minha primeira viagem internacional para uma competição grande, em 1997, na Alemanha. De lá para cá, viaja sempre comigo”, diz ela, que deu esse nome ao mascote por causa do seu falecido cachorro. “Hoje temos Meg, neta do Leão, a terceira geração de cachorros na família, e o Paul, que se juntou a nós há seis meses. Sophia não pede irmão, mas a família está crescendo.”
Poderosa, com 61 kg em 1,73m, ela não teria dificuldade em encontrar novo amor, mas seu foco está na família e carreira. “É difícil encontrar quem entenda minha profissão. Hoje, ganho para fazer o que gosto, não há trabalho melhor. Meu plano é competir, estar na pista enquanto puder. Estou com 35 anos e entre as melhores do mundo, quero bons resultados, é nisso que penso. Ainda tenho muito a conquistar”, finaliza Maurren, cuja meta agora são os Jogos Olímpicos de 2012.