Loalwa Braz e seu bucólico refúgio francês

Os números que cercam a vida da cantora carioca Loalwa Braz (56) são surpreendentes: carreira iniciada aos 13 anos tendo como plateia o genial Pixinguinha (1897-1973), 116 países percorridos, mais de 25 milhões de discos vendidos no mundo todo. Mesmo quem não se recorda do nome certamente já ouviu falar do grupo Kaoma, a banda dos anos 1980 que tornou a lambada conhecida em todos os continentes. Morando em Paris desde 1985, mas sempre com o pé no Brasil, Loalwa vai celebrar os 20 anos do ritmo que a consagrou com show no Teatro Rival, no Rio, nos dias 23 e 24, e gravar um DVD em outubro no Ginásio Álvares Cabral, no Espírito Santo. De sua casa na belíssima região de Senlisse, distante 40 quilômetros de Paris, on-de mora com o marido, o comerciante Eric Levesqueau (51) - seu nono marido -, ela fala de carreira, sucesso e amor. - Você mora há 24 anos na França. Por que veio para cá? - Vim com o Kaoma para morar um mês e acabei ficando. Não sou urbana, por isso optei por Senlisse, cidade pequena onde todos se conhecem. É uma região bonita. Na minha rua tem quatro castelos. - Sua casa é aconchegante, você mesma a decorou? - A casa tem móveis antigos da família de meu marido. Ele trouxe muitos objetos da Polinésia e eu gosto de trazer coisas das minhas viagens. Graças ao sucesso que fiz com o Kaoma, ainda hoje percorro uma média de dez países por ano. - Como vocês se conheceram? - Nos encontramos na casa de uma amiga em comum em Paris, há cinco anos, e desde então não nos desgrudamos mais. Nunca pensei em namorar um francês; é uma cultura muito diferente. Mas temos o essencial, que é o amor. - Você volta ao Brasil para dois shows. É o retorno da lambada? - A lambada tem feito sucesso remixada pelos DJs. Este show representa muito para mim. Quem não me conhece vai se surpreender, e quem já me conhece também. Eu me apresento nos dias 23 e 24 no Teatro Rival, no Rio. Será um espetáculo muito variado, com pot-pourri de lambada e coisas como tango e gafieira. Aproveito para apresentar meu CD, Loalwa: Volta ao Mundo, 20 Anos, e em outubro gravo um DVD no ginásio Álvares Cabral, no Espírito Santo. Acho que volto na hora certa.