Representante do Reino Unido em SP abre o lar com Dilsa, sua eleita há 20 anos
Redação Publicado em 17/05/2010, às 12h41 - Atualizado em 25/05/2010, às 15h32
Há pouco radicado na capital paulista, o novo cônsul-geral britânico em São Paulo, John Doddrelle (55) traz na bagagem mais de 20 anos de cultura brasileira. Tudo porque, em 1988, em viagem de trem de Paris a Roma, ele conheceu a dentista pernambucana Dilsa Tenório (54), na época doutoranda em Londres. "Parece que foi ontem. Lembro de John entrando no vagão e, na manhã seguinte, se oferecendo para me acompanhar até o compartimento do café. Coincidentemente, tínhamos o mesmo itinerário", conta a elegante Dilsa. "Temos os mesmos interesses na arte e na cultura e conversamos durante toda viagem que incluiu, além de Roma, Florença e Pisa. E marcamos de nos encontrar em Londres, para ver as fotografias", completa John, fluente em português e também diretor de comércio e investimento no Brasil da UK Trade & Investment, UKTI, organização de desenvolvimento de negócios internacionais do Reino Unido. Dois anos depois, ele declarou-se a Dilsa. "Ao terminar o doutorado, voltei para o Recife e ficamos trocando cartas. Acho que ele ficou com saudades e me convidou para passar o Natal em Londres. Foi quando me pediu em casamento", revela Dilsa, que após o 'sim', em 1990, adotou o sobrenome do amado e mudou-se para a capital inglesa, voltando ao seu país só duas décadas depois. "Quando casei, John me levou para a Inglaterra. Agora é ele quem me traz de volta", diz a mãe de Caroline (14), herdeira do casal. "Estou feliz por estar em um país que já havia visitado muito e em uma cidade que acho interessante. Quero aproveitar esses três, quatro anos e explorar possibilidades", diz o cônsul, que hospeda a mãe, d. Win Doddrell (89), pela primeira vez no Brasil.
- Como veem esta mudança?Doddrell - Meu papel consiste em ampliar as ligações comerciais entre nossos países. O Brasil vai sediar os Jogos Olímpicos em 2016. Londres, em 2012. Então, podemos trocar ideias, principalmente no campo da ciência e tecnologia.
Dilsa - A nomeação de John é um pacote completo. Meu sonho sempre foi conversar em português com minha filha, agora imersa na minha cultura. Também quero devolver ao país o investimento que o governo brasileiro fez na minha formação acadêmica. Já fui convidada para pesquisa e ensino na Universidade de São Paulo, a USP. Sem esquecer a filantropia, com foco nas crianças de rua.
- Quando conheceu o Brasil?Doddrell - Pouco antes da boda, em janeiro de 1990, para conhecer a família dela. Mal falava português, mas decorei os nomes. Foi impressionante, pois a família era tão grande que montamos dois times de futebol na praia. (risos)
Dilsa - Minha família é enorme. Ele, filho único de família tradicional, com árvore genealógica que data de 1215.
- Como lidam com as diferenças culturais?Doddrell -Buscando Entender a perspectiva do outro. Preciso conhecer a cultura daqui. Dilsa, a inglesa.
Dilsa - Cedendo para encontrar um meio-termo confortável para ambos. O interessante de nosso encontro em Paris foi ver que, mesmo sendo de culturas distintas (anglo-saxônica e latino-americana), tínhamos interesses e pensamentos similares, mas sob ótica cultural diferente. Houve uma adaptação ao longo destes 20 anos de união, que festejamos neste dia 20.
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