Miguel Falabella, o rei do musical, brilha em SP

Uma superprodução com 31 atores, 12 músicos, um galã global travestido de dona de casa 'muito além' do sobrepeso e uma heroína gorducha cujo penteado é quase de seu tamanho, modesto 1m50. Hairspray, o musical que rendeu o filme memorável de John Waters (63) em 1988, versão na Broadway que ganhou oito prêmios Tony, em 2002, refilmagem de sucesso com o astro John Travolta (55) no papel principal, em 2007, agora ganha versão e direção do multitalentoso Miguel Falabella (53), entusiasta de musicais, que cada vez mais aposta na vocação do Rio e de SP para se tornarem novas "Broadways." Apaixonado pelo gênero, ele já encenou espetáculos como Godspell, South American Way, Os Produtores e A Gaiola das Loucas, com estreia prevista para esta sexta, 5, no Rio. A estreia em São Paulo após temporada de sete meses de sucesso no Rio foi proporcional à expectativa em torno do espetáculo. Afinal, não é todo dia que alguém como Edson Celulari (51) topa rechear seu corpo esguio com quilos de próteses e enchimento para incorporar uma personagem como Edna Turnblad. "Nossa, as mulheres sofrem muito com essa história de andar de salto", brinca o ator, que calça 44. "A estreia foi maravilhosa, com teatro cheio. E a Edna não caiu do salto", comemorou o eleito de Claudia Raia (43), pai de Enzo (12) e Sophia (6). "O maior prêmio é receber o sorriso do público nas ruas. Estou muito feliz", completa Falabella, que adora a história da garota fora dos padrões que conquista tudo por talento. Para Danielle Winits (35), que vive com brilhantismo a platinada Amber, a rival da heroína baixinha Tracy Turnblad, interpretada por Simone Gutierrez (32), Hairspray é para toda a família. "O musical fala de amor, da luta por vencer preconceitos", diz. O maridão, Cássio Reis (32), conta que acompanha os ensaios da amada. "Já conheço as músicas e coreografias", conta ele, negando o rumor de abalo em seu casamento com a estrela. "Estamos juntos e bem." Uma veterana do palco e da TV, Arlete Salles (67) curte seu début em um espetáculo que privilegia a magia do canto e da dança. "Fazer este musical significou o novo, o diferente em minha carreira. Tive a coragem de assumir este compromisso e aqui estou eu, dançando e cantando em São Paulo", vibra a atriz. Jonatas Faro (22), que vive com igual entusiasmo o galã disputado ferrenhamente entre Danielle Winits e Simone Gutierrez na peça, confessa que o tamanho do teatro paulistano o deixou ansioso. "Nunca tinha me apresentado para tanta gente. É lindo poder fazer parte disso. Estar no palco é uma felicidade enorme, uma experiência pela qual todo ser humano deveria passar ao menos uma vez na vida", diz o belo ator. Paulista de Ribeirão Preto, a atriz e bailarina Simone Gutierrez disputou com 2000 candidatas o papel de Tracy, a garota rechonchuda que sonha integrar o elenco fixo de dançarinas de um show televisivo, na provinciana Baltimore de 1962. Com perseverança, ela vence os obstáculos, fica amiga de jovens negros segregados, ajuda a combater o racismo vigente e se torna uma celebridade instantânea. "A peça nos estimula a lutar por pontos positivos que vão além da estética. Para fazer Tracy, abri mão da vaidade e engordei 15 quilos. É um trabalho de dedicação, um presente do Falabella para mim", conta a entusiasmada Simone.