Apesar da morte precoce e da destruição de muitas de suas obras pelo nazismo, Franz Marc (1880-1916) será sempre lembrado como grande nome do expressionismo alemão e um dos maiores pintores de animais da história. Seu diferencial é que não os retratava, simplesmente; procurava revelar seus entimentos, provocando, assim, fortes emoções no observador. Para tanto, incrementou a incrível sensibilidade com estudos de anatomia e se valeu da força das cores, que, achava, se ligavam a idéias específicas: o azul, ao masculino, o amarelo, ao feminino, o vermelho, à força. A maior parte de sua obra foi figurativa, mas Marc se tornou mais abstrato após conhecer o russo Wassily Kandinsky (1866-1944), com quem fundou a revista Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), que pregava a supremacia da cor e da forma sobre a realidade, valorizando o lirismo e a harmonia.
Sua época
No quadro A Infeliz Terra do Tyrol (1903), Franz Marc revelou seu pesar com as guerras balcânicas. A obra mostra cavalos magros e um cemitério, no entanto apresenta, também, num arcoíris, a esperança de tempos melhores. Tais guerras uniram Sérvia, Montenegro, Grécia e Bulgária, em 1912, para libertar terras dominadas pelos turcos. Depois, todos se voltariam contra a Bulgária, que ficara com uma fatia maior do bolo. Mais forte, a Sérvia se tornaria uma ameaça para o império austro-húngaro, o que acabaria levando à I Guerra Mundial (1939-1945).O autor
Franz Marc nasceu em Munique. Por influência do pai, o pintor de paisagens Wilhelm Marc, desistiu de seguir a carreira religiosa, que muito agradaria a sua mãe, rígida calvinista. Estudou na Academia de Belas-Artes de Munique e fez três viagens a Paris, onde conheceu os impressionistas. Enfrentou vários períodos de depressão. Casou-se com a pintora Maria Schnür, para ficar com um filho ilegítimo, e depois, separado, casouse com outra pintora, Maria Frank. Voluntário na I Guerra Mundial, morreu aos 36 anos, na batalha de Verdun, França.