CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Etimologia

Redação Publicado em 25/09/2012, às 13h49 - Atualizado às 13h51

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
-
-

Geração: do Latim generatione (diz-se “generacione”), declinação de generatio. A raiz remota é o radical indo-europeu gen-gne, com o sentido de nascer, como no Grego gígnomai, nascer, gerar, produzir, étimo presente no Latim gens e no composto grego genos, radical do verbo gígnesthai, nascer, designando também origem, raça, família, povo, nacionalidade, nação. O composto é facilmente encontrável em palavras como genocídio, acabar com uma etnia inteira, como tentaram os nazistas contra os judeus. Lacrimogêneo, o gás que faz chorar, é um adjetivo com tal composto linguístico.

Ípsilon: do Grego Û psilón, “u” estreito, isto é, o fonema “u” pronunciado com um jota longo, que tem som de “i” no latim. No Grego, quando minúscula, é escrita à semelhança de “v” e, quando maiúscula, é escrita Y”. A letra serviu para designar a geração à qual pertencem pessoas nascidas na época em que apareceu com frequência esta letra em seus nomes. Em Cuba, a jornalista Yoani Sánchez (37), dissidente do regime, pertence a essa geração. Designa também pessoas que cresceram em um mundo de jogos eletrônicos, internet, mídias digitais e celulares. O “Y” está também em Yolanda, canção do cubano Pablo Milanés (69), em homenagem a Yolanda Bennet, sua esposa por cinco anos: “Esta canção é mais do que uma canção/ Quem dera fosse uma declaração de amor/ Se alguma vez me sinto derrotado/ Eu abro mão do sol de cada dia/ Rezando o credo que tu me ensinaste/ Olho teu rosto e digo à ventania/ Iolanda, Iolanda, eternamente Iolanda.”

Narcisismo: do Grego nárkissos, pelo Latim narcissus, designando flor que, segundo o mito lendário, nasceu dos restos de Narciso, morto em estado de nárkes, torpor, contemplando a própria beleza na água de uma fonte. São narcisistas os jovens da chamada geração “N”, termo cunhado por ensaístas norte-americanos, com base em pesquisas feitas em renomadas universidades dos Estados Unidos. A crise econômica tem entre seus componentes decisões de alto risco, tomadas para atender a pressões desta geração, que cada vez quer mais com menos trabalho. Pais ausentes ou mesmo divorciados, cheios de culpa, passaram a providenciar tudo para seus filhos, “que não sabem como agir em situações adversas e são incapazes de respeitar os outros”, como diz o professor fluminense Luiz Fernando Conde Sangenis (48), um especialista no assunto.

Onomatopeico: de onomatopeia, do Grego onomatopoíia, pelo Latim onomatopeia. Onomatos em Grego é nome. Designa palavras que expressam sons, como bum, zunzum, reco-reco, tique-taque. É também o caso de paratibum, presente em marchinha de 1938, vinda da expressão, já alterada, ra-tim-bum. Estão em Touradas em Madri, de Braguinha (1907-2006), estes versos: “Eu fui às touradas em Madri,/ Para tim bum, bum, bum/ Para tim bum, bum, bum/ E quase não volto mais aqui.” 

Pique: do latim vulgar piccare, picar, fazer como o piccus, picanço, ave que bate o bico na madeira. O repique do sino foi inspirado no som que ele faz neste ofício. “É pique, é pique, é pique” é bordão acrescentado a Parabéns a Você, junto a Ra-Tim-Bum. Muitas outras expressões nasceram na vida estudantil. O primeiro “é pique” saudava a chegada de Ubirajara Martins de Souza, aluno de Direito conhecido como “Pic-Pic”. Ele andava com uma tesourinha, aparando a barba e o bigode pontiagudo, daí o apelido. Em outras regiões, por influência dos imigrantes alemães, apreciadores de cerveja, o bordão era cantado com a substituição de “pique” por “big”. 

Ra-tim-bum: de expressão surgida nos anos 1930, no Largo São Francisco, em São Paulo. Segundo o professor Eduardo César Silveira Vita Marchi, um rajá indiano visitava a Faculdade de Direito da USP e seu nome soava aos ouvidos dos estudantes como Ra-Tim-Bum. Na época os botecos não tinham como armazenar grande quantidade de cervejas geladas. Os frequentadores esperavam por cervejas que demoravam para ser resfriadas em barras de gelo. No momento em que o garçom vinha à mesa trazendo as garrafas, os estudantes, que tinham anunciado antes “É meia hora” ou “Em meia hora”, mudavam para “A hora é agora”, celebrando: “É hora, é hora, é hora”, bordão ao qual passaram a juntar o nome do rajá.