A emoção de Betty Faria ao encenar monólogo

Na coxia, antes de entrar em cena com o monólogo Shirley Valentine, Betty Faria (70) se divertia ao se ver tomada por alguns sentimentos típicos de sua adolescência. Da garra para encenar o clássico do inglês Willy Russell (63) à ansiedade e nervosismo que sentia antes de as cortinas se abrirem. "Me sinto mesmo uma iniciante. Os anos passam, mas até hoje ainda torço para as pessoas gostarem do meu desempenho em cena (risos)", confessou ela, que só conseguiu se acalmar após os aplausos finais do público que lotou o teatro Clara Nunes, no Rio. "Fazer um monólogo é difícil, você reza para dar certo, para ter concentração", admitiu ela. Os temores de Betty se mostraram infundados. A plateia se divertiu a valer com a história que gira em torno dos dilemas de uma pacata dona de casa que vê a oportunidade de recuperar a sua autoestima após um convite para passar 15 dias na Grécia. E, mais do que isso, o desempenho da atriz, sob a direção de Guilherme Leme (49), gerou muitos elogios. "Minha estrela, você está maravilhosa, além disso, sempre amei esse texto", parabenizou a escritora Maria Carmem Barbosa (64) ao lado das atrizes Stella Freitas (57) e Françoise Forton (55). A cantora Emanuelle Araújo (34) disse que Betty é um exemplo. "Que atuação linda, divertida. Um primor, muito talentosa", emocionou-se ela, a Florinda de Cordel Encantado. Amigo de Betty há mais de 20 anos, o diretor Luiz Carlos Miéle (73) confessou que só conseguiu relaxar quando o monólogo chegou ao fim. "Ter uma pessoa que eu gosto retomando um trabalho faz com que sinta o mesmo friozinho no estômago do que ela. É angustiante, mas faz parte do ofício. Ainda bem que deu tudo certo", comemorou Miéle, com a mulher, Anita. Os elogios dos convidados deixaram a estrela comovida. "Que honra ver tanta gente querida falando coisas bonitas para mim. Faço o meu trabalho com muito amor e as pessoas devem perceber isso", justificou ela, segurando um buquê de flores presenteado pelo seu fã-clube.