Dilma é homenageada na Bulgária, terra natal do clã
Não foi fácil para a presidente Dilma Rousseff (63) segurar a emoção em sua visita à Bulgária, terra natal de seu pai, o comerciante Petar Roussev (1900-1962). O convite para a visita partiu do presidente Georgi Parvanov (54), em 2010, com quem Dilma se encontrou, em conversa privada no Green Hall, no palácio presidencial, na capital, Sófia. Com a sua já tradicional elegância, ela cumpriu a agenda política e de negócios. Ainda no primeiro dia, a mandatária abriu espaço entre os encontros oficiais para um compromisso de caráter íntimo: uma visita ao túmulo de Luben Roussev, primeiro filho de seu pai, morto em 2007. Na companhia de uma prima, diante da sepultura, recentemente limpa e restaurada, Dilma acendeu uma vela. “Jamais esquecerei este momento”, disse, ao deixar o cemitério, em Sófia. Ela e o irmão chegaram a trocar cartas, mas nunca se encontraram. No dia seguinte, a presidente pôde realizar um sonho, o de conhecer Gabrovo, cidade onde Petar, o pai, nasceu e partiu aos 29 anos, estabelecendo-se primeiro na França, depois na Argentina e, finalmente, no Brasil. Aqui, ele se casou com a professora carioca Dilma Jane da Silva (86) e teve como herdeiros Igor (64), Dilma e Zana, morta em 1976. Oitenta e dois anos depois da saída de Petar, Dilma chegou e foi o centro das atenções dos cidadãos da pequena Gabrovo. Pelas ruas, os moradores a saudavam sem parar, encantados com a ilustre visitante. Sorridente, ela não poupava acenos nem abraços. Ali, os dois eventos mais tocantes foram o encontro privado com os familiares e a ida ao Colégio Vassil Aprilov, onde o pai estudou. Na escola, ela quase cedeu às lágrimas no seu discurso e na homenagem que lhe foi prestada. “Só vivi emoção parecida quando nasceu minha filha, meu neto e ao me despedir das minhas companheiras que ficaram na prisão”, declarou Dilma, visivelmente comovida, antes de deixar a cidade rumo à Turquia, país que encerra seu giro internacional.