Líder de um império de luxo, a designer expõe seus móveis em tons vibrantes em Milão
Redação Publicado em 04/05/2010, às 17h16 - Atualizado em 10/05/2010, às 16h34
O império fashion que leva o sobrenome de sua família é reconhecido mundialmente pela extravagância, o glamour e a sensualidade. Ao se aventurar pelo mundo da decoração, Donatella Versace (53) manteve-se fiel ao DNA de sua grife e criou objetos e móveis que traduzem sua máxima antiminimalismo: "mais é mais!". Durante a renomada Semana de Design de Milão, na Itália, a designer e empresária transformou o quartel-general - a antiga residência do irmão Gianni Versace (1946-1997) -, em showroom. "A Home Collection é uma Versace do século 21, que reflete sobre a própria história e propõe um modo contemporâneo de vida", atestou ela.
Usando look Verão 2010 de sua marca, Donatella conduziu seleto grupo de convidados por um tour pelos ambientes. Bronzeada e com as madeixas platinadas impecavalmente lisas, ela explicava detalhes das peças. "A cadeira Vanita, desenhada por Gianni em 1994, tornou-se uma de nossas marcas registradas, ganhou uma nova interpretação, mais leve e delicada", contou. "Cores e estampas são a chave de tudo. Há uma explosiva cartela, dos tons pastel planetários a variações de branco, que são a base para o que chamamos de 'new classic' (novo clássico)."
Entre a centena de itens, o multicolorido sofá Bubble, a cadeira La Nuit e a poltrona Harem foram destacados pela crítica especializada como apostas certeiras. A mesa de centro Sunburst, de metal cromado e vidro colorido, faz referência ao sol e também arrebatou fãs. Já os vasos e peças de cristal com detalhes gráficos foram desenvolvidos em parceria com a Venini, empresa líder do segmento na Europa. Apesar do sucesso, Donatella mantém os pés no chão e seu business muito bem focado. "O nosso negócio é fazer roupa, todo o resto é acessório", defendeu ela.
Ciente do poder de seu sobrenome no universo do mercado do luxo, a loira é contra a massificação descontrolada de seu famoso logo, a Medusa. "Não se pode ser arrastado para muitas coisas, porque, no fim, pode acabar perdendo o verdadeiro sentido do que é a moda", justificou. O império comandado por Donatella abrange linhas de alta-costura, prêt-à-porter masculino e feminino e perfumes, além de parceria nos hotéis Pallazo Versace, na Austrália, e Palazzo Versace Dubai, nos Emirados Árabes, ainda em construção.
Sobre a extensa crise econômica mundial que derrubou as vendas nos últimos dois anos, ela enfatiza a importância da criatividade. "Há quem diga que, quando há menos dinheiro, a tendência é tudo ficar mais 'bobo', mas isso pode matar a economia. As coisas têm que ser mais usáveis e mais criativas", defendeu ela. "Talvez menos vestidos de noite e mais roupas para o dia a dia, mas desde que se reconheça uma identidade forte", acrescentou a expert. Desde a morte de Gianni, assassinado por um serial killer diante de sua mansão em Miami, na Flórida, EUA, a empresa é 30% de Santo Versace (65), o mais velho dos três irmãos, 20% de Donatella e 50% de sua filha, Allegra (23). A jovem herdeira, porém, não se envolve diretamente nos negócios do clã e, sim, estuda para ser atriz; Santo cuida das cifras e Donatella, da criação. "Por muito tempo senti que assumi esse cargo por causa da tragédia, não por merecer. Quis suceder Gianni porque ele se preocupava demais com a empresa e sabia que ele gostaria que eu desse continuidade ao seu trabalho. Mas estava apavorada, não tinha confiança", admitiu ela. Hoje, ela é 100% segurança. "Tenho certeza que meu irmão aprova o que eu faço. Aprendi tudo o que sei com ele, que sabia ouvir a mulher. E eu era a voz feminina que ele mais ouvia", concluiu, entre risos.
Este site utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar sua experiência. Ao continuar navegando, você aceita as condições de nossa Política de Privacidade