DESCOBERTAS DE LUCIELE DI CAMARGO
APÓS A FAZENDA, ATRIZ DIZ QUE PODE SER DOCE OU AMARGA, DURA OU FRÁGIL
Redação Publicado em 20/07/2009, às 17h16 - Atualizado em 21/07/2009, às 17h00
Por trás do tipo filé mignon de Luciele Di Camargo (31) - 48 quilos em 1m60 -, existe uma mulher forte e de grande personalidade. Quem assistiu ao reality A Fazenda, da Record, pôde perceber que a atriz não leva desaforo para casa. "Sei ser amarga e sei ser doce. Tenho o meu melhor e o meu pior, como todo o mundo. E um humor talvez um pouco ácido", assume ela, no Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba, Bahia. Mas a irmã dos cantores Zezé Di Camargo (46) e Luciano (36), que deixou o programa semana passada, também admite ter conhecido um outro lado no confinamento. "Sempre me vi uma pessoa dura, mas lá dentro também me descobri uma menina frágil. Queria colo, estar ao lado da minha mãe, minha fortaleza", afirma. Após a eliminação, ela reencontrou dona Helena (64) e viveu ainda outra emoção. O namorado, o jogador Denílson (31), com quem está há um ano, apareceu de surpresa nos estúdios do reality, em Itu, SP. Ele estava há cerca de um mês no Vietnã jogando no time Hai Phong Cement, mas acabou deixando a equipe devido a uma lesão. "Afirmo com todas as letras que dei tchau para um milhão de reais na maior felicidade do mundo. Não é demagogia! O que ganhei aqui fora é tão bom que tenho a sensação de que nem passei em A Fazenda", garante.
- Vão oficializar a união?
- Sim, pensamos em casamento. Mas ainda estamos planejando tudo, se vamos morar em casa ou em apartamento. Não será uma decisão tomada de imediato, no mínimo, daqui a uns oito meses.
- O que mais gosta nele?
- Desde a ruguinha no olho quando sorri até a atitude de proteção com a família e comigo. E também do respeito por mim, apesar da fama de pegador (risos). Mas desde que estamos juntos, não tenho do que reclamar. Ele sempre foi perfeito.
- Você parece viver fase serena. Isso aconteceu após ultrapassar a barreira dos 30?
- Estou menos ansiosa, o sexo e o corpo ficaram melhores. Me gosto mais. O maior bem, no entanto, é a conquista da tranquilidade. Me cobrava muito. Hoje me aceito do meu jeito e isso basta.
- Antes era diferente?
- Na juventude, a gente se preocupa com nossa aceitação. Você quer entrar num padrão para a sociedade. Por isso essas meninas têm problemas de anorexia. Às vezes, nem desejam o que buscam, entram nisso obrigadas. Antigamente, vivia pensando se poderia mudar algo em mim. Hoje isso passou. Só continuo achando que Deus poderia ter me dado mais 10 centímetros de altura. Isso não vai mudar nunca (risos).
- Ser irmã de Zezé e Luciano ajuda na carreira?
- Não tem isso. Carreguei muito cenário nas costas. Tanto fiz peças para seis pessoas na plateia, como para setecentas. Nem todo mundo sabe a minha história. Aí dizem, surgiu mais uma Camargo. Me orgulho e não renego de forma alguma a minha família, o meu sangue. São todos guerreiros. Mas não quero ser reconhecida pelo rótulo de irmã deles. Existe um preconceito. Meus irmãos nunca pegaram o telefone e pediram algo para mim. Desde pequena, eu sempre quis ser atriz. Quero traçar meu caminho, degrau por degrau, com consistência. Não tive nada fácil, tudo é conquistado com muita batalha.
- O que os seus pais significam em sua vida?
- Não vivi a miséria que está retratada no filme Os Dois Filhos de Francisco, como meus outros irmãos. Mas passei fome. Vi a nossa casa inundada, com água até o peito. Tinha duas calcinhas, três pares de roupa. Mas tenho orgulho extremo dos meus pais. Aceito e entendo todos os tapas que levei deles. Não porque abaixo a cabeça para tudo o que fazem. Mas porque eles são heróis. Não é fácil criar dez filhos (dois morreram) nas condições que a gente vivia na periferia de Goiânia e nenhum virar bandido. Pelo contrário, só vitoriosos.
- Que balanço faz de sua participação no reality?
- Valeu mais pela experiência pessoal. De olhar para dentro de você mesma e para o ser humano. Não me arrependo de nada. Tudo o que fiz na minha vida, o que sou hoje, é devido ao meu passado, à família. E os nossos erros são sempre aprendizados.
- Deixou mais amigos ou inimigos na casa?
- Saio de lá com bons candidatos a amigos, como Danni Carlos e Jonathan Haagensen, além da Fabiana Alvarez e do Pedro Leonardo, que já eram próximos. Também existiam pessoas distantes do meu perfil, com quem nunca convivi. Mirella Santos é uma delas. Mas eu não trouxe nada de dentro para fora. O que foi fato lá, aqui não é nem lembrança. l