CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Claudio Cavalcanti: aplausos na volta à TV

Claudio Cavalcanti, ator que estava sumindo da televisão, retorna na novela ‘Amor e Revolução’, do SBT, em personagem militante que é preso e torturado na época da ditadura militar

Redação Publicado em 24/03/2011, às 15h52 - Atualizado em 25/03/2011, às 10h14

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Claudio Cavalcanti - Divulgação
Claudio Cavalcanti - Divulgação
Após um período de 10 anos afastado da televisão (época em que assumiu mandato como vereador, dificultando conciliação entre carreira política e artística), Claudio Cavalcanti retorna ao batente da forma como merecia: em papel de destaque que deve render muitos elogios. A cada cena do ator, integrante do elenco da nova novela do SBT Amor e Revolução, o elenco do folhetim aplaude sua performance. Ele reestreia nas telas a partir do dia 5 de abril na pele de Geraldo, um camponês que prega a revolta dos trabalhadores rurais. Após ser preso e torturado brutalmente pela polícia, torna-se militante da luta contra a ditadura militar no Brasil, nas décadas de 60 e 70. "Meu personagem conhece bem esse clima de repressão. Ele é militante antigo, da época do Estado Novo de Getúlio Vargas. Chegou a ser torturado naquela época; o jogaram em uma poça de aço, teve as solas dos pés, os joelhos e as mãos queimadas. Eu tenho que ficar cerca de duas horas na cadeira de maquiagem, inclusive, fazendo essas queimaduras nas mãos. Cada mão demora uma hora", detalhou o intérprete em entrevista exclusiva ao Portal CARAS. O tema do regime militar, que entrelaça o folhetim, trouxe algumas velhas lembranças à tona na memória do veterano ator. "Senti na pele da ditadura militar. Muitas novelas e peças de teatro que fiz na época foram censuradas. Além disso, eu sempre abrigava amigos meus, que eram militantes em minha casa, correndo o risco de ser pego também; eu ajudava como podia", recordou. Embora tenha acompanhado a época do regime de repressão militar, Claudio não chegou a ser preso ou torturado e, apesar de imaginar as brutalidades que aconteciam naquele tempo, ficou chocado quando iniciou suas pesquisas para composição do personagem e ouviu relatos de algumas vítimas. "Eu achei que soubesse o que acontecia naqueles porões do Dops (Departamento de Ordem Política e Social); me enganei. Ouvi dois torturados em um workshop temático organizado pela equipe da novela e, depois disso, fiquei com dificuldades de dormir. Nas salas de torturas, todos ficavam nus e receberiam choques elétricos, pendurados em pau de arara", revelou o ator. "Uma das testemunhas disse-me algo interessante. Após dias de torturas, eles ainda tinham vontade de viver para, depois, se vingarem. Foi o ódio que os manteve vivo. Então, eu busquei a fonte do ódio dentro de mim, e trouxe isso para meu personagem", complementou Cavalcanti. Além de pesquisa com testemunhas e vítimas, Claudio resolveu passar por uma transformação visual. A mudança serviu tanto para marcar a volta dele nas telas, como para passar a imagem de alguém que sofreu muito com a tortura. "Eu emagreci bastante (seguindo dieta em que só comia saladas), deixei a barba crescer e passei por um longo processo de maquiagem", contou. O resultado de tanta dedicação cênica, que poderá ser conferida com a estreia da novela, tem tudo para surpreender o público.