Assim que terminar a atual temporada de 'Malhação", Bia Arantes mergulha em um novo projeto. A atriz vai fazer o filme 'Baby Dragon' ao lado do ex-namorado, o ator Ronny Kriwat, o Tomás de 'Avenida Brasil'
Não é à toa tamanha identificação das telespectadoras de Malhação com Bia Arantes, estrela da novelinha global. A história da atriz, que acha bonito "sofrer por amor", mas está solteira, daria um ótimo enredo para um filme teen, cheio de reviravoltas e surpresas do destino. Nascida em uma cidade de 35 mil habitantes no interior de Minas Gerais, ela nunca tinha andado de avião até viajar para o Rio de Janeiro, em 2009, para visitar o irmão. O que seria apenas uma viagem de férias acabou se transformando em uma mudança radical na vida da atriz. Ela foi surpreendida com um convite para fazer um teste para a novela Cama de Gato, da Globo.
"Peguei o texto ali na hora, sem me preparar, e passei". Mesmo feliz com a possibilidade de realizar um sonho, ela viveu um dilema antes de aceitar o papel para fazer seu primeiro trabalho na televisão. "Meu pai estava terminando uma quimioterapia e eu tinha 16 anos". Mas Bia disse "sim" e hoje, aos 19 anos, é independente, mora sozinha em um apartamento no bairro carioca de Botafogo, onde cozinha receitas de comida mineira que aprendeu com a avó, e se esforça para crescer na carreira. E pensar que ela só foi estudar teatro para fazer companhia a uma amiga muito tímida que precisava das aulas. E também por ter sido obrigada a escolher outra atividade quando uma sobrecarga no joelho a afastou do balé, depois de 10 anos de dedicação. Em entrevista à CARAS Online, no restaurante Giuseppe Grill, no Rio de Janeiro, Bia fala da carreira, de novos projetos e sobre seus amores.
- Você é de uma cidade do interior de Minas Gerais. Como se deu sua transferência para o Rio?
- Sou de uma cidade de 35 mil habitantes. Saí de lá para morar em outra um pouco maior, de 80 mil pessoas. Vir ao Rio para trabalhar na Globo foi assustador, um choque, uma tensão. Cheguei a pensar em não aceitar porque, na época, meu pai estava terminando uma quimioterapia e eu tinha 16 anos. Para vir, tinha que ser com a minha mãe. Vim para o Rio de férias, pra visitar meu irmão, em julho de 2009. Nunca nem tinha andado de avião. Eu já conhecia o Sergio Mattos (dono de uma agência de modelos) e a gente foi tomar um café juntos. Aí ele perguntou se eu não queria fazer um teste na Globo. Fiquei surpresa, não esperava, mas ele disse que era pra eu ir, nem que fosse para conhecer o Projac.
- E como se saiu no teste?
- Peguei o texto ali na hora, sem me preparar, e passei. Era pra Cama de Gato. Foi uma pressão muito grande. E logo que recebi a notícia que estava escalada, meu irmão foi transferido pra Brasília. Eu estava cursando o segundo grau ainda e tive que entrar em uma escola nova no meio do ano. Foi bem puxado e fiquei chateada por não estar perto do meu pai, mas ele me deu a maior força.
- Quando se formou no segundo grau, não pensou em voltar para sua cidade?
- Fiz vestibular e passei em Letras na UnB (Universidade de Brasília), que é uma das melhores nessa área. Quase fui embora pra lá. Amo literatura... Mas também passei para Ciências Políticas na UniRio e decidi cursar. Adoro filosofia, sociologia. Sempre li muito sobre isso. Nunca quis ser apenas uma coisa. Até por isso, gosto tanto de ser atriz: posso fazer vários personagens, ter várias vidas. Tive que trancar a faculdade por causa de Malhação, mas vou voltar. Só não sei quando porque depois que minha temporada terminar, vou fazer um filme em São Paulo, Baby Dragon, com o Ronny Kriwat (25), (seu ex-namorado, no ar como o Tomás de Avenida Brasil).
- Sempre sonhou em ser atriz?
- Fiz balé dos três aos 13, mas tive que parar por causa de uma sobrecarga no joelho. Foi por isso que comecei a fazer teatro. E só fui porque minha melhor amiga, que era muito tímida, me pediu para eu me matricular junto com ela. Então, acredito no destino, claro. E sei que tive muita sorte.
- Começou a morar sozinha muito cedo. Como se sai sem seus pais por perto?
- Moro sozinha em Botafogo e sou boa dona de casa. Uma hora tive que perceber que a louça não se lava sozinha, mas sempre fui prendada. Não tenho preguiça. Faço comida mineira muito bem. Aprendi com a minha avó no fogão à lenha. Meu pão de queijo é muito bom e gosto de inventar doces. Como de tudo, mas tento maneirar nas porcarias, até porque já não me acho muito magra. Às vezes, bate uma solidão de domingo à tarde. Mas é gostoso sentir saudade da minha família.
- É difícil manter a forma com tantos compromissos profissionais?
- Fiz bastante ioga, mas tive que parar porque Malhação tem o ritmo de gravação muito intenso. Hoje estou me exercitando com um personal, e nos horários mais malucos. Tem dia que vou para a academia 5h30 da manhã. É que começo a gravar às 9h e quando chego em casa estou muito cansada. Não consigo fazer essas coisas à noite. A rotina de Malhação é mais apertada porque a equipe é pequena e a gente tem, no máximo, duas frentes de trabalho. Gravamos bastante, mas a gente vira uma família.
- Não tem cara de menina do interior...
- É o cabelo curto. Na minha cidade, nenhuma amiga minha usava esse tipo de corte. E eu a vida inteira tive cabelão. Quando mudei o visual para Malhação, senti muito. O vento batia na minha nuca e eu pensava: "que sensação horrível". Mas fiquei muito feliz por mudar. E eles ainda pintaram de preto azulado! Agora está mais próximo do tom natural, mas para o filme que devo fazer depois que minha temporada acabar, talvez tenha que ficar loira.
- Você tem mais fã clube que muita protagonista de novela das oito...
- Tenho quase 90. Não sei como conquistei tantos fãs. É a coisa mais gostosa de estar na tevê. Sou muito grata. Me motiva demais saber que tem tanta gente torcendo por mim. Uso bastante as redes sociais para me comunicar com eles.
- É verdade que teve depressão quando foi obrigada a largar o balé?
- Publicaram isso, mas não é verdade, não. Fiquei muito chateada, sim. Ficava olhando para a minha sapatilha de ponta e me dava uma tristeza, mas só isso.
- Você viveu um affair com Fael, vencedor da última edição do Big Brother?
- Ele é só meu amigo. Sou viciada em BBB e fiquei fã do Fael. Fiz uma carta de amor pra ele na zoação, bem mal escrita. Era brincadeira, mas acabou que por causa disso ficamos amigos. Aí um dia tiraram uma foto quando fui com ele em um shopping, só pra ajudá-lo a escolher umas camisas que ele tinha ganhado. Ele também é do interior, caipirão como eu. A gente tem essas afinidades e até entendo essa especulação, por causa da cartinha. Quem não sabe o contexto, pensa isso mesmo.
- O Ronny Kriwat declarou, para CARAS Online, que você continua sendo um exemplo de beleza e de mulher para ele e que não descarta uma volta. E você?
- Não sei, não. O futuro a Deus pertence, mas virou uma amizade mesmo (fica sem graça). Converso bastante com ele. Minha mãe o trata como filho. Não tem que virar inimigo depois que acaba. Começamos juntos e temos carinho um pelo outro. Hoje temos rotinas diferentes. Acabou porque as coisas acabam mesmo. Apesar de nos darmos bem, a gente brigava muito. Foi desgastando.
- É muito exigente quando está namorando?
- Não pareço, mas sou muito séria em um relacionamento e exigente com algumas coisas. Gosto de tudo muito bem explicado. Vai sair? Tudo bem, mas me diz onde e com quem. Não deixa eu descobrir porque outra pessoa me contou. Não sou uma pessoa ciumenta, não.