A apresentadora Bianca Ramoneda recebe Marília Pêra, Marieta Severo e Renata Sorrah em coquetel de lançamento do especial 'Grandes Atrizes' que está em sua segunda temporada trazendo entrevistas com nomes da dramaturgia brasileira
Aconteceu na noite desta quarta-feira, 30, no Rio de Janeiro, um coquetel de lançamento da segunda temporada do especial Grandes Atrizes, que estreia no programa Starte na próxima terça-feira, 5, às 23h30. A apresentadora Bianca Ramoneda recebeu as atrizes Marília Pêra, Marieta Severo, Renata Sorrah e Irene Ravache (não pôde comparecer ao evento), os grandes nomes desta nova rodada de entrevistas, e exibiu trechos inéditos destes depoimentos aos convidados.
“Essa série é uma continuidade do projeto anterior, que vimos que deu muito certo. Trouxemos a conversa para o teatro porque ele traz outra consistência para o encontro. O teatro é o lugar dessas atrizes e traz uma sinceridade especial para a entrevista. Comandar esta série é para mim algo tenso e muito intenso, estou muito feliz e honrada!”, diz Bianca. "Sempre ficava com frio na barriga antes das entrevistas. Não se passa impune por um encontro com essas atrizes. É um jogo e elas sabem o que estão falando. Cada uma expõe suas emoções, fragilidades. Não são econômicas no falar, no sentir. São empreendedoras e sobreviventes", completou a apresentadora em entrevista à CARAS Online.
As entrevistadas da temporada também falaram com a nossa equipe e comentaram detalhes de suas carreiras. Marília Pêra (69) confessou: "De vez em quando fico cansada da profissão e digo que vou parar. É igual a quem diz que quer parar de fumar. É um vício, de certa forma. Ser atriz é puxado, faço isso desde os quatro anos". E ainda revelou um pouco de sua intimidade: "Admito que sou frágil, sim. A maioria diz que é forte, eu assumo que sou frágil. A própria vida, o desconhecido do viver e do morrer me fragilizam. Mas não me paraliso. Um violino, sem querer me comparar, é frágil, mas toca sons lindos e se torna forte na mão de um bom musicista".
Marieta Severo (65) está bastante satisfeita com a sua carreira e destacou a importância da sua personagem em A Grande Família: "Não sinto saudade de nada. Fiz o que fiz e pronto. Entre os personagens mais importantes que fiz, impossível não falar da dona Nenê, meu elo definitivo com o público. Já estamos no 12º ano e ela ficou marcada no coração das pessoas. No cinema, acho que foi a Carlota Joaquina e no teatro vou ficar com a velhinha de As Centenárias. Pensando agora estou com 47 anos de profissão. Até levo um choque com isso".
Já Renata Sorrah (65) relembrou um pouco da sua trajetória: "Comecei no teatro amador, na época da ditadura, com a cultura sendo colocada no lixo. Às vezes me assusto porque o tempo passa muito rápido. Essas histórias ainda são muito vivas para mim. Tive uma filha, vários maridos, trabalhei com tantos diretores e parece que foi ontem. Lembro que meu pai, alemão de Berlim, queria me mandar para fora, pra estudar na Europa. Disse que não... 'Meu lugar é aqui'. Era o auge da ditadura. O que eu ia fazer na Europa? Aprender técnica?", questionou-se a atriz.