Ator de Tropa de Elite recorda a origem simples, a vitória profissional e fala de paternidade
Redação Publicado em 20/09/2010, às 16h09 - Atualizado em 07/06/2012, às 23h25
Um frio na barriga como se estivesse iniciando um trabalho. Foi o que André Ramiro (29) sentiu ao montar Segredo, cavalo manga-larga, na Quinta do Itaibu, em Gramado, após três anos sem cavalgar. "Adorei matar a saudade. Já posso virar galã da novela das 8. Tenho até cavalo branco, só falta a mocinha", divertiu-se o ator, que ganhou fama com o filme Tropa de Elite, em 2007. Solteiro, ele aproveita a vida. "Estou curtindo. Mas não sou mulherengo, não", afirmou André, que já foi casado e tem um filho, Andrew (5).
Além de viver a expectativa de encontrar um novo amor, o ator não vê a hora de chegar o mês de outubro, quando estreia Tropa de Elite 2. "Corremos o risco desse filme estar bem melhor do que o primeiro", brincou sobre o segundo longa da saga que mudou sua vida. "Essa hora vem muita coisa na minha cabeça. Trabalhei como caixa de supermercado, office-boy, atendente de loja de conveniência de posto de gasolina, porteiro de cinema, entre tantos empregos como a maioria dos brasileiros. Não tenho do que reclamar. Deus foi bom para mim", contou o artista, que, antes de atuar, já tinha um trabalho musical com rap e hip hop. "Participava de duelos de rima na Lapa", completou ele.
A vida tomou um novo rumo quando a produção do Tropa de Elite buscava alguém com seu perfil e um amigo o indicou. Depois disso, há dois anos, deixou a Vila Kennedy, onde cresceu, na zona oeste do Rio, e foi morar no Bairro Peixoto, na zona sul da cidade. "Muita coisa mudou. Finalizei o primeiro CD, Crônicas de um Rimador, que lanço este ano, produzido pelo Damien Seth e pelo DJ Pachu, pago as contas com meu trabalho de ator, conheci outros países. Vivo um sonho", garantiu.
- Existem pessoas que após o sucesso esquecem sua origem...
- Mantenho sempre contato com o local onde cresci, onde moram minha mãe, meu filho e a mãe dele. Tenho amigos lá. É legal, porque o mundo artístico é maravilhoso, aparecem várias facilidades, mas não se pode cair nas armadilhas da vida e se achar superior. Estar em Vila Kennedy me ajuda a entender que, independentemente do trabalho, não sou mais importante do que ninguém.
- Vê seu filho sempre?
- Não passo tanto tempo com ele quanto gostaria, pois preciso trabalhar. Pensão custa caro, ainda tenho que ajudar a família, há contas e ainda o CD, que banco do meu bolso. Mas o tempo livre é para o meu filho.
- Como é o pai André Ramiro?
- Comecei a trabalhar com 12 anos, atendendo a rapaziada em um boteco. Mas acho que criança tem que ser criança, ter hora para brincar... E os pais têm que saber o momento de chamar a atenção, além de criar uma relação de amizade. Quero que meu filho seja meu amigo, confie em mim para tudo, pois não tive a figura masculina para me espelhar. Só conheci meu pai aos 18 anos.
- O que aconteceu?
- Minha mãe era uma baiana arretada e meu pai, sergipano, ambos não levavam desaforo para casa. Ele não soube ter responsabilidade, lidar com a situação nova de ter um filho. Mas foi mérito dele me encontrar depois. Hoje, me aproximando dos 30 anos, o entendo melhor. Nós nos damos bem e não guardo nenhum rancor.
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