No Castelo de CARAS, cantora se revigora e fala do câncer
Redação Publicado em 04/10/2010, às 16h32 - Atualizado em 07/10/2010, às 13h26
O aniversário foi no dia 17 de agosto, mas Elba Ramalho (59) confessa que ainda está comemorando a data e a nova idade. "Minha palavra de ordem agora é celebrar a vida todos os dias", garante ela. Pudera. Em abril, a cantora paraibana recebeu a devastadora notícia de que estava com câncer de mama. "Foi como se tivesse levado uma pancada. Você não quer aceitar, perde o rumo, mas não senti raiva. Como o diagnóstico foi feito bem no início e o nódulo era de baixa malignidade, passei por cirurgia e não precisei fazer quimioterapia", recorda ela.
Leonina feroz, Elba enfrentou a doença e exatos 14 dias após a operação já estava de volta ao batente. "Não sei ficar longe dos palcos. Para comemorar meus 30 anos de carreira, gravamos o CD e DVD Marco Zero - Ao Vivo, em uma apresentação em Recife para 200000 pessoas. Foi um trabalho muito especial, que será lançado agora em outubro. Consegui reunir grandes parceiros de estrada como Alcione, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Lenine", adianta ela, sem disfarçar o entusiasmo.
Mãe de Luã (23), fruto do seu casamento com o ator Maurício Mattar (46), de Maria Clara (8) e Maria Esperança (4), que ela adotou com o segundo marido, o empresário Gaetano Lops (34), e também Maria Paula (7), que ela adotou sozinha, a cantora tem agenda atribulada também fora dos palcos. "Emendei carnaval com turnê, depois teve a história da cirurgia... E ainda sou mãe em tempo integral. Os últimos meses foram corridos e estressantes. Precisava dessa New York para descansar e colocar a cabeça em ordem", desabafa. "A tranquilidade e o verde me revigoraram", acrescenta Elba sobre a estada no Castelo de CARAS, a 40 minutos da Big Apple.
- Qual é a sua impressão sobre esta região do Castelo?
- É um lugar extremamente agradável! Foi muito bom me transportar para esta calmaria. O Castelo é lindo, tem história e uns salões imponentes. Melhor ainda foi poder passar um tempo com o Luã, que está fazendo faculdade de Música em Boston e veio para cá somente para me encontrar. Foi uma delícia.
- Como lida com o fato de ter o seu filho morando longe?
- Tenho muito orgulho, mas também muita saudade. Olho para o quarto dele e às vezes caio no choro sozinha, porém não deixo transparecer. Aos 21 anos, eu também deixei família, amigos e me mudei para o Rio de Janeiro em busca da música, do teatro, das coisas que me inspiravam. Ele está fazendo o que é correto para ele. Mesmo com toda a dor, sempre irei apoiá-lo.
- E você tem também três meninas pequenas...
- Ah, as meninas... Nossa relação é muito saudável, de muito amor. Elas são minhas filhas de coração e de alma. A gente brinca, passeia, vai ao parque. No verão, ficamos em Trancoso, na Bahia, e aí elas se esbaldam, brincam na praia, tomam banho de mar... Quando estamos no Rio, sou eu quem as leva e as busca na escola, confere e ensina a lição de casa e acompanha ao pediatra.
- Elas têm ideia do quão famosa a mãe delas é?
- As três acompanham meu trabalho, gostam de música e ficam cheias de orgulho quando alguém pergunta se elas são filhas da Elba Ramalho. Acho que as crianças têm aquela fantasia da mãe ser a melhor de todas, ser famosa... Mas quero que elas te-nham os pés no chão. Sempre.
- Você enfrentou com bravura e coragem uma doença que muita gente não gosta nem de pronunciar o nome...
- Eu também evitava, mas hoje falo, sim, câncer de mama. Sou uma pessoa muito calma, serena e acho que tenho um entendimento sobre a vida e a morte que não diria ser perfeito, porque sou humana, e por isso imperfeita, mas não tenho medo de morrer. Mesmo assim, foi um grande baque. Não sei porque a gente tem câncer... Talvez Deus queira nos dar um puxão de orelha, fazer com que acordemos para alguma coisa. Passei por dois anos turbulentos: separação, adoção de mais uma filha... Sempre cuidei bem do corpo, mas também sei que vacilei em questões emocionais. Em vez de colocar para fora, segurava tudo dentro de mim...
- E como você está hoje?
- Muito bem, quero mais é celebrar a vida! Sou uma mulher realizada. Vim de origem pobre, nasci no sertão, batalhei, atravessei rios secos e cheios para chegar até aqui e com as pedras que me atiraram construí castelos.
- Você está feliz com a sua nova idade?
- Fiz 59, mas me sinto como se tivesse 25. Minha energia é boa. Passou a fase da ansiedade, estou mais seletiva, sei o que me faz bem, o que faz mal. A gente ganha profissionalismo no viver. Envelhecer é uma forma de sabedoria. Estou um pouco mais velha na carne e muito mais sábia no espírito. Só espero sempre ter força para poder amparar meus filhos, a família, os amigos e os fãs.
- O coração também está feliz? Como é a sua relação com o Cezinha do Arcodeon?
- Cezinha é um músico extraordinário, toca na minha banda e assina a direção musical dos meus projetos. Nossa parceria maior é na música, e a partir daí acontece um relacionamento que é leve.
Este site utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar sua experiência. Ao continuar navegando, você aceita as condições de nossa Política de Privacidade