Rafael Cortez: "Não tenho vergonha nenhuma de fazer humor povão"

Em entrevista exclusiva à CARAS Online, Rafael Cortez fala sobre humor, seu primeiro ano na Record, a saída do CQC e diz que ter deixado o programa o tornou um homem diferente: "Já fui um canalha, mas não sou mais"

Flávia Faccini Publicado em 02/12/2013, às 08h50 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

Rafael Cortez - Divulgação

Na mesma semana que vai ao ar o especial da Record A Família Trapo, Rafael Cortez, o protagonista Quintino, festejará um ano na emissora.

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Em entrevista exclusiva à CARAS Online, o ator, jornalista, humorista e músico de37 anos falou sobre humor, sua relação com a  nova casa e diz que ter deixado o CQC contribuiu para o início de uma fase mais tranquila.

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"Eu era um canalha, mas não sou mais. Não vou mais às festas, às baladas. Parei de galinhar", contou. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

- Como avalia sua participação como ator em A Família Trapo?
É uma delícia de fazer, estou adorando. Fiquei muito contente de fazer o Quintino, ele é ganhador de A Fazenda, é a série tem todos esses elementos de sitcom, sem medo de ser humor popular, com personagens caricatos. Eu não tenho vergonha nenhuma de fazer humor povão. Aprendi a defender o humor como uma bandeira, acho qualquer tipo muito bacana.

- O especial vai ao ar quando você completa um ano na Record. Qual é sua avaliação deste período?
Foi um ano muito legal. Eu fui muito feliz no CQC, mas teve um momento que eu estava a serviço de produtora, e eu queria trabalhar com emissora. Quero estreitar relações com uma emissora, não com a Cuatro Cabezas (detentora do formato do CQC). Eu fiz muitas coisas na Band, considero que cumpri minha missão lá, e parti para fazer coisas diferentes.

- E qual foi a maior diferença da Record?
Acho que foi eu ter tido a sabedoria de não me desgastar, de não sobrecarregar minha imagem. Todo mundo esperava mais audiência do Got Talent, mas fizemos um trabalho legal. Estou muito feliz lá.

- Já não estava se sentindo feliz na Band?
O trabalho era até bastante interessante, mas saí por desgaste físico e emocional. Não tinha mais tempo de ver os meus sobrinhos, se fazia um show, não conseguia conhecer o local onde eu estava. Agora não: se faço um show no fim de semana, já vou na quinta-feira com calma, passeio. Eu precisava de coisas assim, estava buscando isso.

- Mas em uma entrevista recente, você disse que se a Record não te desse um programa, você iria embora...
Isso foi uma maldade de quem escreveu, descontextualizaram. O que acontece é que sou um cara de produção de linha de frente, não consigo ficar sem trabalhar. As pessoas acham que a gente só trabalha quando está no ar. Mas não, eu faço piloto, testes, gravo. O que eu quis dizer é que se um dia, nada disso acontecer, eu acabaria indo embora.

- Mas o programa só seu vai sair?
Sim, vai sair. A gente está estruturando como vai ser melhor, estamos alinhando horário, fazendo com sabedoria e pouca pressa.

= Tem vontade de ser o novo Rodrigo Faro?
Ah... A cabeça que ele tem é muito boa, mas eu não trabalho para ser o maior comunicador do Brasil, como o Rodrigo Faro. Não tenho filhos, esposa, nem namorada, as minhas ambições são mais simples que a dele. Eu não tenho essa urgência de explodir, o Rodrigo tem toda a responsabilidade de pai de família. Eu só trabalho com o que gosto, com o que me deixa feliz. Mas acho que o Rodrigo está com a cabeça no lugar. Eu vejo esses caras muitos bombados, o Luiciano Huck, o Faustão, e fico pensando se eles são felizes, se podem sair na rua...

- E o que gosta de fazer quando não está trabalhando?
Eu sou um homem de garfo e faca. Gosto de sair para jantar, tenho cinco amigos absolutamente fiéis, estou sempre com eles. E quando saio pra almoçar, gosto que tenha no máximo eu e mais uma pessoa, mesa cheia me incomoda. Eu não vou mais às festas, não vou mais às baladas, só se for um evento muito especial, apesar de adorar beber.  Também gosto de ficar vendo esses canais de bichos, possa ficar umas 6 horas vendo esses documentários.

- Mas você era um notório baladeiro, o que o fez desistir?
Não gosto da qualidade das músicas e da bebida. Na minha casa tem música instrumental, Nara Leão, MPB. Detesto barulheiras sonoras, música eletrônica, não agüentava mais a qualidade do álcool, a vodca me mata. Era uma coisa que eu fazia por cobrir noite no CQC, aí ficava amigo dos artistas, eles chamavam para sair, eu não resistia. Mas com a mudança de trabalho e de estilo de vida, parei com isso.

- Você falou em música, é violonista também, não?
Eu sou violonista erudito, mas sou tão marginal... É uma coisa que mostro só para quem gosta de mim. Eu gravei um CD, e ele tem uma vida boa para quem é tão marginal em relação a música. Não faço música popular, mas estou muito feliz com o que faço.

- Essa quietude toda tem a ver com um novo amor?
Não, sempre tem umas moças aí, mas estou ruim de companhia, está ruim mesmo. Estou solteiro, mas sem querer estar, estou buscando alguém legal, se bem que essa história de ficar idealizando parceiras é uma encrenca, né?

- Mas você sempre teve o seu nome associado a uma lista – extensa – de belas mulheres. Acha que é a maturidade chegando?
Já fui um canalha, mas não sou mais, estou mais sossegado.  Minha saída do CQC foi muito importante para isso. Passava uma noite em São Paulo, outra no Rio, lançamento de novela, festas, acabava sempre ficando com alguém. Agora, parei de galinhar e sair tanto.

- Tem contato com o pessoal do CQC?
Eu tinha quando eu estava lá, agora não tenho mais tanto assuntos em comum. Era como qualquer outro tabalho, você gosta de alguns e não tanto de outros, mas convive com todo mundo.

- E como quem você tinha mais e menos afinidade?
O Marcelo Tas é uma figura mais enigmática para mim. A gente não se vê, mas eu o respeito. Ele tem outra idade, outra cabeça. Já a Dani Calabresa é minha xodó, ela é muito mais engraçada do que imaginam. Com o Rafinha Bastos perdi totalmente o contato, mas ele sempre foi muito dele, ele era muito de trabalhar, não de fazer amigos. Mas olha, eu lamentei muito a saída dele do CQC, foi uma bobagem, acho ele um dos maiores talentos do humor.

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