Atriz elogia nova trama por tratar de assuntos tão importantes para jovens
Joana Borges tem 24 anos. 2 a menos do que a novela na qual estrela, Malhação, que já conta com 26 temporadas. O folhetim voltado ao público jovem busca cada vez mais tratar dos assuntos sérios que adolescentes enfrentam: tráfico e uso de drogas, distúrbios psiquiátricos, depressão. E abuso sexual.
Joana vive Verena, uma adolescente de 15 anos, estudante do colégio Sapiência. Na trama, a garota é vítima de um ataque sexual de Breno, seu professor de história. Então, a trama desenvolve-se discutindo um assunto em pauta por toda a mídia nos últimos meses: o assédio.
“É um tema que tem ganhado muita visibilidade nos últimos tempos, e isso é uma ótima notícia. Mais mulheres têm criado coragem para denunciar seus assediadores/abusadores e o escândalo envolvendo João de Deus é um exemplo disso. Ao mesmo tempo, acredito que temos um caminho longo pela frente”, explicou a estrela ao G1.
Para ela, o fato de o assunto estar na boca do povo é de extrema importância, pois quando ela era adolescente, via tudo acontecendo e se incomodava, mas nunca recebeu conselhos adequados. “Quando eu tinha a idade da Verena, 15 anos, assédio, relacionamento abusivo, temas próximos da questão feminista, eram muito pouco elucidados. Não se falava disso como se fala hoje em dia", recordou.
“Tudo acontecia tal como hoje e lembro de me incomodar desde muito nova com o assédio principalmente, mas não havia reflexão a respeito. Pelo contrário, o conselho que me era dado era de ignorar, relevar, ‘fingir que não ouvi’”, indignou-se a garota.
Ela afirmou que nunca viveu situação muito grave, mas que "todas nós, em maior ou menor grau, já passamos por algum tipo de assédio.”
Apesar disso, já teve que lidar diretamente com vítimas de abuso sexual. “Lembro de uma menina de 13 anos que me mandou por dias seguidos desabafos muito dolorosos sobre uma situação de abuso pela qual passou. É uma sensação de impotência muito grande dos dois lados. Não tem muito o que falar, a não ser desejar-lhe que fique bem e que procure amparo entre amigos, familiares e psicólogos”, recomendou Joana.
"O assédio velado, em tom de brincadeira, ou disfarçado de elogio ainda é muito comum, inclusive dentro das empresas, em locais de trabalho e por parceiros de equipe", ressaltou por fim.
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