REPRESENTATIVIDADE!

Atriz de “Vai Na Fé” exalta diversidade no elenco da novela: “Um marco na TV brasileira”

A atriz Tati Villela, que interpreta Naira em “Vai Na Fé”, exaltou a representatividade presente na novela

Oscar Nucci, sob supervisão de Gustavo Assumpção
Tati Villela, que interpreta a personagem Naira em "Vai Na Fé", comentou sobre a representatividade na novela - Reprodução: Instagram

Nesta sexta-feira, 11, a novela “Vai Na Fé” chega ao fim. A trama que fez sucesso entre os espectadores e nas redes sociais foi escrita por Rosane Svartsman e abordou diversas tramas e pautas que trouxeram representatividade para as telas. Tópicos como diversidade religiosa, cuidados paliativos, vivências LGBTQIAP+, e outras, foram abordadas.

A atriz Tati Villela compõe o elenco da novela das 19h, e interpreta Naira, que é segurança do personagem Lui Lorenzo, que é vivido por José Loreto. Em conversa exclusiva com a CARAS Digital, Tati refletiu sobre a representatividade na novela.

São muito urgentes essas pautas. É muito urgente que a indústria do audiovisual comece a inserir cada vez mais personagens e técnica negros e trans. A gente precisa de uma diversidade para a gente se reconhecer ali, e a gente evoluir como sociedade. O audiovisual imita a vida e a vida imita o audiovisual”, começou dizendo.

A artista creditou a diversa equipe de roteiristas do folhetim televisivo por abordar estas pautas ao público: “Para a gente evoluir em todas essas pautas, a gente tem que estar falando sobre isso. A gente tem que ter a caneta preta. Vai Na Fé tem roteiristas pretos e pretas, LGBT, brancos, mulheres. Ali na base, eles conseguiram reunir identidades diferentes, onde elas dialogaram entre si e conseguiram construir algo que tem um pouco de cada um”.  

Tati ainda aplaudiu “Vai Na Fé” por trazer uma narrativa focada em personagens negros e da periferia: “Porque a gente está cansado de ver a vida branca na TV principalmente, os dramas da classe média. A gente quer ver também os dramas da classe baixa, os dramas da periferia, e não só falando da violência, que é onde geralmente estão essas narrativas. A gente tem que mostrar que na periferia tem felicidade, tem alegria, tá todo mundo ali muito feliz, a galera trabalha. E a galera tem subjetividade, não só trabalham, o povo ama, sonha”.

Acho muito importante falar sobre isso, porque isso movimenta. Essa novela movimentou muito porque muitas pessoas que não assistiam novela passaram a assistir, e muitas pessoas voltaram a assistir novela. São muitos depoimentos do tipo: ‘Não via novela há muito tempo, mas Vai Na Fé...’, ‘Não gosto de novela, mas Vai Na Fé...’. A galera está se reconhecendo demais. Foi uma pontuação, não só da Rosane Svartsman, mas dessa equipe que ela conseguiu formar, desse olhar futurista dela”, ainda comentou a atriz que conversou com seguranças mulheres para viver sua personagem nas telinhas.

A atriz que voltará a fazer teatro após o fim da novela também exaltou a escolha do elenco da novela. “Essa produção de elenco foi muito bem pensada. E ela pensou mesmo em desconstruir um padrão ‘Globo’ de televisão. Está se fazendo um outro tipo de novela, um outro tipo de dramaturgia. E deu muito certo e vendeu pra caramba”, disse.

Ela ainda pontuou o retorno financeiro que o sucesso da trama trouxe para a Rede Globo:“Vai Na Fé é um dos produtos que retornou-se monetariamente grandes valores para a Globo. Esse ano a gente pode dizer que de telenovela, foi o maior produto da Globo. Você ganha não só no social, mas no econômico também”.

Tati, que também se abriu sobre sua vida pessoal na conversa com a CARAS Digital, pontuou que com “Vai Na Fé”, não existe desculpa para não abordar narrativas periféricas nas novelas. “Está se vendo que esse tipo de narrativa, de dramaturgia, vende-se muito. Não é isso que narrativas e dramaturgias periféricas não vendem. E vende, pra caramba. Está vendendo muito”, afirmou a artista.

A gente tem Vai Na Fé como um marco dramatúrgico na TV brasileira. Porque a maioria da narrativa e protagonismo são de pessoas pretas, de pessoas periféricas. Eu não sei se é maior, mas é bem igualitário. A protagonista é preta, que é a Sheron [Menezzes], que é uma atriz de TV há 20 anos que só agora ela está tendo oportunidade de protagonizar”, contou Tati exaltando a novela e sua protagonista.

Por fim, a artista completou: “É um marco na teledramaturgia. A partir de agora não vai ser mais assim, não vai ser mais como era antes. Não tem como voltar porque não tem porquê voltar”.

Oscar Nucci, sob supervisão de Gustavo Assumpção

Oscar Nucci é apaixonado por livros, séries e filmes. Desde dezembro de 2021, escreve sobre celebridades, TV e realeza na CARAS Digital.

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