40 ANOS DE CARREIRA

Madonna vai cantar no Brasil em retorno triunfal aos palcos?

Madonna viaja pelo mundo com nova turnê e pode soltar a voz em solo verde e amarelo

CARAS Publicado em 12/01/2024, às 13h00

Diferentes momentos da trajetória de Madonna são relembrados na nova turnê da cantora - Foto: Getty Images

Para comemorar seus 40 anos de carreira, Madonna (65) decidiu viajar pelo mundo com uma turnê diferente de tudo que já fez. A Celebration Tour, que já passou por países da Europa, além dos Estados Unidos e Canadá, reúne os maiores sucessos de sua trajetória e joga luz em tudo aquilo que a fez ganhar o título de Rainha do Pop. Em 2024, a cantora segue com suas apresentações ao redor do mundo e já é apontada como um dos possíveis nomes internacionais que virão ao Brasil, 12 anos depois de sua última aterrissagem por aqui.

Depois de passar semanas internada com uma grave infecção, Madonna precisou adiar o início da série de shows, mas finalmente subiu aos palcos em outubro de 2023. Após estrelar a campanha publicitária de um banco brasileiro, no fim do ano, os rumores da vinda da diva ao País se intensificaram, aumentando a ansiedade dos fãs que sonham em ver Madonna em solo nacional.

O fato de que ainda tenho uma carreira é minha mais linda vitória de vida.

Por aqui, a cantora já trouxe três turnês: a primeira em 1993, uma em 2008 e outra em 2012. Já em 2017, a diva aterrissou no Brasil para prestigiar o casamento de seu empresário, Guy Oseary (51), com a modelo brasileira Michelle Alves (45).

Acostumada com polêmicas na carreira e na vida pessoal, em Celebration Tour Madonna aposta na ousadia para, mais uma vez, quebrar paradigmas. Em um dos momentos do show, ela simula uma cena de sexo com uma dançarina vestida com um de seus looks mais icônicos, como se promovesse a união definitiva da Madonna do passado com a Madonna do presente.

No palco, ela ainda divide a cena com outros artistas e prova que, apesar do tempo, continua com o mesmo ritmo de sempre. “Eu poderia responder que tudo que eu fiz tenha me custado bilhões, mas em qual moeda? É difícil de quantificar porque se arriscar no processo criativo é complicado de mensurar. Quando você dedica seu tempo e sua energia para lutar por coisas pelas quais as outras pessoas não acreditam, isso te custa tempo no qual você poderia estar relaxando, se sentindo confortável ou vivendo uma vida mais simples. O que mais me custou foi a perda de sono e o tempo menor que passei ao lado das pessoas que amo. Mas é uma parte necessária da jornada que estou e é um preço que aceitei pagar”, diz ela, sobre as dificuldades em torno de sua postura desafiadora.

A maternidade é a minha batalha mais difícil de travar e de manter.

Apesar da dedicação à música, a estrela não cansa de afirmar que a maternidade é o mais desafiador dos trabalhos. Hoje crescidos, seus filhos têm carreiras próprias e alguns até acompanham a mãe nos shows, fazendo performances de dança. “Guiar meus filhos para onde eles se encontram em sua vida e sentir que fiz um bom trabalho é a minha batalha mais difícil de travar. A maternidade é a
minha performance mais complicada de manter. Mesmo hoje, ainda luto para entender como ser mãe de uma maneira tão boa quanto a que eu realizo meu trabalho. Não importa quem você é, de onde você vem, ter filhos e criar filhos é uma obra de arte. Ninguém te entrega um manual. Você precisa aprender a partir dos seus erros. É um trabalho que exige tempo e você nunca tem uma pausa”, opina a mãe de Lourdes Maria (27), Rocco (23), David Banda (18), Mercy (17), além das gêmeas Stelle e Estere (10).

Na turnê, Madonna faz um passeio pelas canções que marcaram época, além de revisitar momentos de sua carreira e vida pessoal que, de certa forma, se confundem com a própria história da cultura pop mundial. Fotos de todos os seus ex-namorados e maridos aparecem nos telões, assim como homenagens aos amigos que ela perdeu nas décadas de 1980 e 1990 para o vírus HIV. A cantora, aliás, sempre usou a sua imagem pública para apoiar a causa LGBTQIAPN+. Assim, a turnê se tornou uma espécie de celebração ao movimento. “Eu sempre senti que fazia parte da minha jornada como artista poder dar voz a outras pessoas. Quando comecei em NY, estava cercada de um grupo muito diverso de pessoas. Quem mais me apoiava eram majoritariamente membros da comunidade LGBTQIAPN+ de diferentes cores e etnias. Se esse foi o meu sistema de apoio, por que eu não os apoiaria e faria questão de celebrá-los?”, argumenta a cantora.

Me parece que as pessoas estão com cada vez mais medo de se expressar.

Para a diva, no entanto, nem tudo são flores. Diante do atual cenário político e das guerras que explodiram nos últimos anos ao redor do mundo, Madonna não se mostra animada com os rumos da humanidade. “Preciso ser otimista, mas nós não estamos avançando. Na verdade, estamos retrocedendo. Ou, então, ainda não estaríamos tendo discussões sobre o que as mulheres podem ou não fazer com o seu corpo. A ideia de vi ver em uma sociedade na qual você não pode ser livre para expressar sua individualidade me aterroriza. Me parece que as pessoas estão cada vez com mais medo de expressarem opiniões, de serem autênticas. Me sinto vivendo naqueles filmes distópicos. O problema é que esses cenários são totalmente reais e isso me assusta”, desabafa.

A relação de Madonna com a mídia também é explorada no novo show. A cantora já foi detonada por grupos religiosos ao longo da carreira e estampou a capa de inúmeros tabloides que questionavam sua moral, aparência e capacidade artística. “Não acho que seja possível ser uma artista feminina ou mesmo ser qualquer ser humano sem que a gente se sinta destruído ou machucado. Você é humano e é assim que a vida é. Não existe vida sem o sentimento de dor”, analisa a estrela. Ainda assim, Madonna sabe que, 40 anos depois de um início desafiador, é hora de celebrar. “O fato de que ainda tenho uma carreira é minha mais linda vitória”, conclui.

 
 
 
 
 
 
 

 

FOTOS: GETTY IMAGES

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