Em entrevista à CARAS Brasil, Bruna Viola faz um apanhado dos 20 anos de carreira e dá detalhes da relação com a esposa, Danielle Damasceno
Dona de personalidade simples e com talento ímpar, Bruna Viola (31) celebra a carreira, as conquistas e o amor com a mesma autenticidade que a levou ao estrelato. A cantora, que trouxe o sertanejo raiz e a viola caipira de volta ao coração de muitos brasileiros, reflete sobre sua jornada de batalhas, vitórias e descobertas pessoais.
"Muita gente falava que eu não chegaria a lugar nenhum com a viola caipira e com o meu estilo de música. Decidi não dar ouvidos e fui caminhando com minha viola, defendendo aquilo em que eu acreditava e conquistando meu espaço", revela Bruna Viola, que abriu as portas de seu lar, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, com exclusividade para a Revista CARAS.
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Em um dos melhores momentos de sua trajetória pessoal e profissional, Bruna mergulha na liberdade de assumir sua sexualidade ao lado da mulher, a influenciadora Danielle Damasceno (36), com quem se casou em julho. "Me sinto feliz por completo. Quando você se liberta de algo que te prende, tudo melhora. E isso não tem só a ver com sexualidade", afirma a sertaneja.
Já são 20 anos de carreira. Como se sente? Que balanço faz?
É um momento de muita gratidão e alegria. Eu estou colhendo frutos maravilhosos do plantio que venho fazendo há anos. E não é só na música. Claro, para chegar até aqui, foi um trabalho árduo, mas minha vida pessoal deu uma deslanchada neste ano. São só coisas boas e muita, muita felicidade.
Foi difícil se posicionar sendo mulher que canta sertanejo raiz?
Eu comecei muito novinha, mas as coisas foram dando certo. Acredito que sou uma referência para a galera mais jovem, que passou não só a apreciar e a curtir a música raiz, mas também a viola caipira. Esse público não vai deixar a cultura sertaneja cair no esquecimento. Isso aconteceu alguns anos atrás, mas as coisas mudaram.
Você disse que é um momento de felicidade, mas não só na música. Por quê?
Eu fiz 31 anos e me sinto muito melhor. Sei que ainda tenho muito a evoluir. Gosto mais da minha forma de tocar, do meu cantar e, claro, de como está minha vida agora.
O que mudou do início de sua carreira para cá?
A aceitação das pessoas. Muita gente falava que eu não chegaria a lugar nenhum com a viola caipira e com o meu estilo de música. Decidi não dar ouvidos e fui caminhando com minha viola, defendendo aquilo em que eu acreditava e conquistando meu espaço. O sucesso, para mim, é a consequência de um trabalho bem-feito.
Então, você se considera uma personalidade de sucesso?
Olha, eu não tenho música estourada tocando no rádio ou um grande hit por aí, mas eu tenho um nome já consolidado no mercado. Quando se fala em viola caipira, todo mundo lembra da Bruna Viola e acho isso incrível. Cheguei a lugares onde jamais imaginei, tenho um Grammy Latino e acho que batalhei pela carreira. Gosto de saber de onde saí e onde estou.
Como você lida com a fama?
O artista trabalha a vida toda para ser reconhecido. Depois que isso acontece, a gente tem é que achar 'bão' mesmo. Eu gosto quando estou em algum lugar aleatório e as pessoas me pedem uma foto ou quando vou fazer um show e todo mundo canta junto. Esse é o reconhecimento do meu trabalho.
Pessoalmente, você é muito discreta. Como equilibra sua vida profissional e pessoal?
Atualmente, com muita tranquilidade. Acho que a maturidade traz isso para a gente. Nos deixa mais seguros e firmes em relação ao que a gente quer. Eu, por exemplo, vivi muito tempo escondida dentro do armário. Até que cansei e me libertei. Minha vida pessoal influencia o meu trabalho e vice-versa. Agora, tudo flui melhor.
Abrir a sexualidade e expor a relação com a Dani te fez enxergar a vida com mais leveza?
Sem dúvida! Eu me sinto feliz por completo. Quando você se liberta de algo que te prende, tudo melhora. E isso não tem só a ver com a sua sexualidade.
Aliás, como você e a Dani se conheceram?
Ela é influenciadora aqui em São José do Rio Preto e eu já a conhecia por meio das redes sociais. Quando eu inaugurei a Brasa e Viola, minha steakhouse, mandei um convite para ela e ela topou. Tem dois anos que nós ficamos entre idas e vindas.
E quando decidiram oficializar a união?
Começamos a namorar em janeiro, noivamos em abril. Não íamos nos casar este ano, mas encontramos uma casa perfeita e a compramos. Não queria me mudar sem casar. As coisas aconteceram tão rápido, que quebramos minha agenda de shows e decidimos toda a cerimônia em 15 dias. Os convidados ficaram sabendo de tudo em cima da hora! Foi maravilhoso, da forma como a gente queria.
Você teve medo de críticas ao falar do relacionamento?
Medo não. Eu fui ficando mais velha e menos tolerante... e sinceramente? Não estou nem aí para a opinião dos outros. O amor que sinto por ela é o que me fez ter essa força para jogar para o mundo minha verdade e tudo o que sinto.
Você acha que a história de vocês duas pode ajudar a inspirar outras mulheres?
Não só pode, como já inspira. Eu e a Dani recebemos milhares de directs de mulheres que se sentem
inspiradas com nossa história e nossa força. Foi uma peitada na sociedade. E isso é bom. Que continue sendo assim. Todo mundo precisa se livrar das amarras.
Como tem sido encarar a rotina de dona de casa?
Gosto de mexer com as coisas do lar. Me considero organizada. A Dani é mais leve. Este ano eu trabalhei demais, agora que estou conseguindo ter uma pausa para curtir minha casa.
A Dani já tem dois filhos. Pensam em aumentar a família?
Sim, ela tem o Gabriel, de 9 anos, e a Bia, de 13. Eles me aceitaram superbem. Sou completamente apaixonada por eles. Nunca almejei ser mãe e, por enquanto, continuo não pensando em ter um filho, mas a Dani me apresentou esse amor e eu tenho as crianças como se fossem minhas.
Existe algum plano para celebrar os 20 anos de carreira?
Em minha carreira toda só gravei um DVD, então, para celebrar esse marco, pretendo gravar um novo projeto audiovisual bem bonito para ser lançado em 2025.
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